Michel Toronaga
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A capital federal respira dança até o dia 31 de julho, quando termina o XXI Seminário Internacional de Dança de Brasília. Com diversas atrações relacionadas com a arte cênica, o tradicional evento é aguardado por bailarinos que querem se aperfeiçoar e por quem tem interesse numa das mais antigas manifestações artísticas da humanidade. A iniciativa traz diversos profissionais renomados para uma série de apresentações gratuitas. Uma delas acontece nesta quarta-feira, às 20h30, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro. Trata-se do espetáculo A Lenda da Água Grande, com o Ballet Nacional de Cuba.
A montagem, inédita no Brasil e no Distrito Federal, foi inspirada em uma lenda Guarani que explica a origem de um dos mais belos pontos turísticos do País: as Cataratas do Iguaçu. Nos palcos, os bailarinos irão contar a história de amor proibido entre o guerreiro Tarobá e a índia Naipi, que foi destinada a ser uma oferenda viva para o monstro Mboi Tu’i.
Coordenado pela cubana Alicia Alonso, A Lenda da Água Grande tem coreografias de Eduardo Blanco. Depois de Brasília, o espetáculo seguirá em turnê por outros estados brasileiros.
A coreógrafa Gisèle Santoro, que está na coordenação do seminário desde o primeiro ano, é filha do compositor e maestro Claudio Santoro. Herdou da mãe o nome e o interesse pela dança, quando começou a estudar, aos sete anos, na Alemanha. “Vamos ter no dia 28, no Palco Livre do Pátio Brasil Shopping, um show de hip hop com o grupo Atitude Feminina”, adianta. “Terá street dance e break dance. A gente tem muita procura por esse tipo de dança e resolvemos fazer uma noite especial”.
Outro destaque da programação é a Maratona, que acontecerá no mesmo shopping, nesta sexta. “Chama maratona porque é uma série de apresentações sem parar e o público pode dançar também”, explica. As performances vão abranger várias vertentes como a capoeira, dança clássica e moderna. “É uma celebração e vai terminar com o (coreógrafo) Jorge Marino com danças folclóricas brasileiras como o frevo”.
Oportunidades
Grandes nomes internacionais estão em Brasília para o seminário como a chinesa Chan Hon Goh e o americano Curtis Probel. Gisèle Santoro acredita que, assim como no futebol, o Brasil é referência na dança quando o assunto é achar novos talentos. “Tem uma procura grande das pessoas daqui porque são estrelas internacionais e também são olheiros. Eles dão contratos, estágios e bolsas de estudos”, comenta. “Assim como os atletas, o caracteriza é o bailarino brasileiro é a ginga, espontaneidade e a alegria”, compara.
Ela explica que mesmo com formações na mesma escola e com a mesma técnica, os bailarinos nacionais trazem algo a mais que encanta os professores e o público. “A dança está no sangue brasileiro. No Carnaval, futebol ou em época de eleições, tudo é pretexto para dançar. A gente tem uma qualidade de movimento e coordenação motora que são muito apreciadas no exterior. Eles vêm buscar aqui os nossos talentos”.
Um dos exemplos de sucesso é a bailarina Mônica Proença, que participou de edições antigas do seminário e chamou a atenção. “Ela estudou, fez estágios, se aperfeiçoou, virou professora e coreógrafa em Vancouver (Canadá) e hoje transmite tudo o que aprendeu e ainda leva alunos para lá”, conta Gisèle, orgulhosa. “Ela está dando de volta para as próximas gerações tudo o que ganhou”.
Confira a programação:
Nesta quarta-feira – A Lenda da Água Grande, às 20h30, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro.
Sexta – Maratona de dança. De 12h às 22h, no Pátio Brasil Shopping.
Sábado e domingo – Semifinal do Concurso. Às 18h, na Sala Villa-Lobos.
Dia 28 de julho – Final do Concurso. Às 18h, na Sala Villa-Lobos.
Dia 30 de julho – Gala de premiação. Às 20h, na Sala Villa-Lobos.
Dia 31 de julho – Gala de encerramento. Às 20h, na Sala Villa-Lobos.
As atrações têm classificação livre. Mais informações: http://www.dance.art.br/ e 3273-3095.
