Menu
Teatro e Dança

Primeira Mostra de Circo de Taguatinga leva arte, hip hop e homenagem

Evento gratuito reúne artistas locais e do Ceará no domingo (17), no Batalhão das Artes, com espetáculos, oficinas e ações de acessibilidade

Aline Teixeira

15/08/2025 5h00

Atualizada 14/08/2025 21h48

pedaços de maria foto tatianareis (1)

Foto: Tatiana Reis

Neste domingo (17), Taguatinga será tomada por cores, música e acrobacias com a Lamparina – Primeira Mostra de Circo da cidade. A programação vai das 11h às 23h, no Batalhão das Artes, reunindo artistas do DF e do Ceará em um encontro que mescla circo, hip hop e cultura popular. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

Idealizado pela artista independente Bruna Luiza, nascida e criada em Taguatinga, o evento é fruto de um desejo antigo: descentralizar o acesso à arte circense no Distrito Federal. “Desde que o circo atravessou a minha vida, precisei — e ainda preciso — ir até o Plano Piloto para acessá-lo. As mostras e festivais continuam muito centralizados. A ideia é trazer esse acesso pra cá, formar público, incluir na nossa cultura o hábito de frequentar espetáculos e desconstruir a ideia de que circo é só para crianças. É brincadeira de gente grande também”, afirma Bruna.

eduardo show da vida foto lissa cavalcante.jpg (1) (1)
Eduardo no “Eduardo Show da Vida”. Foto: Lissa Cavalcante

A Mostra homenageia Mestre Mandioca Frita, referência na arte de rua e responsável por iniciar diversas gerações na perna de pau no DF. “Ele me deu minha primeira perna de pau e também a do meu filho, que aprendeu a andar com cinco anos. Com ele aprendi brincadeiras e o desejo de levar a arte para a rua. Além de um grande amigo, ele me dá força e coragem para colocar projetos pra frente”, conta a produtora, que hoje também trabalha na gestão artística do mestre.

mandioca frita foto davi mello
Mandioca Frita. Foto: Davi Mello

A programação reúne nomes como As Desempregadas, Circo Travessia, Trupe Raiz do Circo, Casa Moringa, Batidão Sonoro, DJ Dielle e Eduardo Show da Vida e Alysson Lemos, estes últimos vindos especialmente do Ceará. O evento também promove oficinas gratuitas, como Brinquedos Populares, com Mestre Mandioca Frita (11h), e Breaking, com a B-girl Júlia Maia (14h). As inscrições podem ser feitas neste formulário.

A união entre o circo e o hip hop reflete a própria trajetória de Bruna e a identidade cultural de Taguatinga. “Cresci ouvindo rap nas ruas, indo a shows e festas da cena local. Chamar o Batidão Sonoro hoje é como fechar um ciclo, juntando essa história com a do circo que também faz parte de quem eu sou”, explica.

Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), a Mostra Lamparina ainda garante ações de acessibilidade, como interpretação em Libras, audiodescrição, banheiros adaptados e espetáculo protagonizado por artista cadeirante. Para Bruna, a expectativa é simples e potente: “Agora, o que quero é fazer uma festança bonita. Juntar amigos, vizinhos e até quem passar na rua. E que isso seja só o começo para que a cultura periférica receba mostras e festivais de forma constante, fortalecendo espaços como o Batalhão das Artes, que já são pontos de resistência e criação na nossa cidade.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado