Neste fim de semana, Brasília recebe Amélie – O Musical. Em um mundo onde os sonhadores vivem à margem da realidade, Amélie Poulain tece suas asas com fios de imaginação e afeto. Superando uma infância solitária, ela embarca em uma jornada de pequenos gestos que, embora anônimos, provocam grandes transformações — inclusive nela mesma.
Depois de passar por cidades do Entorno do DF e pelo interior de Goiás, o musical chega agora a Brasília para duas únicas apresentações no Teatro Paulo Autran.Adaptado do espetáculo internacional, Amélie – O Musical ganha uma nova vida pelas mãos da Trupe Trabalhe Essa Ideia, grupo teatral brasiliense com 12 anos de história. A versão em português — sensível às nuances da nossa língua e do nosso jeito de viver — mantém a ação em Paris, mas encontra ressonância profunda no público brasileiro.
“O principal desafio foi justamente esse: situar a história em Paris, uma cidade que já é mítica por si só, e ainda assim criar conexões com a nossa realidade, com o nosso jeito de sentir e amar”, explica Paula Hesketh, diretora da montagem. Para ela, o elo mais forte entre os mundos está no que é mais humano: o afeto, a bondade e o impulso de tocar a vida dos outros com ternura.
Luz, música e emoção
Na adaptação, o grupo optou por recursos visuais que traduzem a dualidade entre o real e o imaginado. “A quebra da quarta parede foi fundamental. Amélie olha para o público o tempo todo, como se pedisse cumplicidade. Além disso, a luz e a trilha sonora ajudam a marcar quando algo está sendo vivido ou apenas sonhado”, explica a diretora.
A direção musical de Alessandra Maraschino e a coreografia assinada por Felipe Vasques costuram o espetáculo com leveza e dinamismo. As canções, todas versionadas para o português, mantêm a poesia da obra original e a tornam ainda mais acessível.
Teatro para todos
A Trupe Trabalhe Essa Ideia tem como um dos pilares o teatro familiar. “Temos um foco muito grande na formação de plateia. Criamos espetáculos com classificação indicativa livre, mas que emocionam tanto as crianças quanto os adultos”, comenta Paula. E Amélie é exatamente isso: um musical doce, sensível e que abraça o público de todas as idades.
O espetáculo, que já está em cartaz há quatro anos, com temporadas comerciais e itinerantes, conquistou espectadores fiéis. “Tem gente que já assistiu doze vezes. As pessoas voltam porque percebem coisas novas a cada apresentação”, celebra a diretora. E o que tanto encanta o público? Talvez a força dos pequenos gestos e a maneira como Amélie transforma a si mesma ao transformar o mundo ao seu redor.
“Mais do que a gentileza com os outros, o público percebe a gentileza que ela aprende a ter consigo mesma”, diz Paula. “É como se ela, adulta, estivesse aprendendo a sentir. E quem não se conecta com isso? Muitos de nós também estamos.”
No palco, Amélie não apenas encontra um amor possível com Nino — colecionador de fragmentos de vida — mas também se descobre capaz de abrir portas internas, de sentir, de viver. E, nesse processo, convida o público a fazer o mesmo: descer do céu da fantasia para pisar, com coragem e doçura, no chão da realidade.
Amélie – o Musical
Local: Teatro Paulo Autran (SESC Taguatinga)
Endereço: St. B Norte CNB 12 Área Especial 02/03
Datas e horários:
Sábado (21/6), às 20h
Domingo (22/6), às 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada e meia social com doação de alimento)
Classificação indicativa: Livre (recomendado a partir de 8 anos)
