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Scarlett Johansson volta a viver a Viúva Negra

Arquivo Geral

07/04/2014 19h20

Scarlett Johansson, retorna ao Universo Cinemático Marvel no papel de Natasha Romanoff, a Viúva Negra, e fala sobre como sua interpretação da mais perigosa assassina da S.H.I.E.L.D. se tornou a eterna favorita do público. “É difícil fazer qualquer tipo de previsão em relação ao Universo Cinemático Marvel, porque é tudo muito voltado exatamente para o que as pessoas querem ver e a que personagens elas reagem”, comenta a atriz. “Mas eu sempre achei que a personagem da Viúva Negra fosse enigmática o suficiente para merecer que sua trama fosse explorada e, devo dizer, é uma surpresa agradável saber que o público quer isso também”.

Ela acrescenta ainda, “É sempre surpreendente ver como as pessoas amam esses filmes. Elas ficam muito empolgadas com os personagens e querem que eles continuem a existir para elas. Elas apostam muito nesses personagens, e isso nos desafia a não decepcioná-las e a continuar a impressioná-las e inspirá-las”.

Pensando em quando foi inicialmente escalada para o filme, você imaginava que sua personagem se tornaria tão inserida na cultura popular?

É difícil fazer qualquer tipo de previsão em relação ao Universo Cinemático da Marvel, porque é tudo muito voltado exatamente para o que as pessoas querem ver e a que personagens elas reagem Mas eu sempre achei a personagem da Viúva Negra enigmática o suficiente para garantir a exploração da trama dela e, foi uma surpresa boa, devo dizer, saber que o público quer isso também. Eu nunca aposto numa coisa só, no que se refere a continuar ou não com filmes dessa franquia, mas é empolgante para mim.

Você dá atenção aos fãs e às crianças que agora consideram você uma heroína de ação?

Uma das partes boas de fazer esta personagem é que ela tem um visual muito específico na tela. Então, quando uso roupas normais e estou com os filhos das minhas amigas, eles dizem “Você não é a Viúva Negra. Onde está o cabelo vermelho? E as suas armas? E o traje?”. Então, por sorte, eu não tenho de me preocupar com a pressão de ser um exemplo para os jovens, que é algo que nunca pretendi ser. E certamente não me comprometo a ser.

Mas isso vem com a situação, não?

 Acho que esta personagem é uma mulher bastante determinada, independente, atenciosa e inteligente, e isso, para mim, é um bom exemplo para qualquer criança ou jovem. Mas posso me esconder por trás daquela roupa de gata e não tenho de assumir esse tipo de responsabilidade.

Diga-nos em que ponto encontramos Natasha Romanoff neste filme.

A primeira vez que vemos Natasha e Steve é em tempo real, então passaram-se alguns anos desde os eventos com os Vingadores e eles fizeram várias missões juntos. Estão fazendo o trabalho deles. Já se conheceram um pouco e já existe entre eles uma conversa mais fácil do que durante Os Vingadores (The Avengers) da Marvel. É neste ponto que a encontramos. São só acontecimentos normais até que esses acontecimentos passam a não ser mais tão normais como pensamos.

 Este filme toma um rumo diferente nesse sentido. Pode nos falar sobre isso?

Este filme leva o público para um lugar mais sombrio. Estamos falando de teorias da conspiração e do elemento Big Brother, da ideia de que nada nos pertence depois de publicado, de que a nossa identidade seja algo que possa ser explorado e monitorado, que possa ser facilmente removido, se necessário. Isso é chocante, especialmente para o Capitão, porque tudo no que ele acredita – e acho que serve também para a Natasha – e tudo pelo que eles vêm lutando, de repente, vira pó. É como se tudo que sabíamos em que se podia acreditar – até o ponto em que a Viúva Negra consegue acreditar em algo – seja só fachada. Puxaram o nosso tapete e, no final do filme, estamos bem mais velhos e mais sábios do que quatro dias antes, quando o filme começou.

Você acha que o mistério dos bastidores parece torná-lo mais acessível ao público, devido à realidade das conspirações e da corrupção na política?

 Com certeza. Há um vilão muito mais palpável aqui, que as pessoas conseguem entender. A história não pede que o público vá além da mente dele, e acho que é isso que atrairá o público e realmente o conectará à trama. Mas, é claro que também há ainda aqueles momentos Marvel que as pessoas amam, todos os dispositivos eletrônicos estão lá, tudo novinho e brilhante, e houve uma atualização em tudo.  Quando eu encontrei os irmãos Russo para falarmos sobre a próxima fase da minha personagem, boa parte da conversa foi sobre manter a continuidade. Não é de repente que se resolve que a Viúva Negra vai ficar doida por um cara ou, do nada, se interessar pelos detalhes pessoais da vida do parceiro de trabalho dela. Isso não funcionaria. Teria de ser coerente, para que o público que já apostou na Viúva Negra possa confiar que ela seja fiel a si mesma. Há determinadas características daquela personagem que precisam estar em ordem para que o público ainda acredite nela.

É bom poder dar continuidade ao crescimento de um personagem durante uma série de filmes?

Sim.  Há muito a explorar na Viúva Negra, certamente seu passado, que é sempre algo cercado de mistério. Nós continuamos a abrir a história e dar alguns detalhes, além de dar dicas de vez em quando sobre a origem e o passado dela. Há muito a ser explorado sobre o passado, mas também sobre o futuro. Quando você pega um personagem com o passado que ela tem, que esteve nos lugares mais sombrios, com o tempo ela começa a apreciar o que é certo para ela e a entender a humanidade. Mas, exatamente porque ela já viu as profundezas mais obscuras da humanidade, há muito espaço para o desenvolvimento da personagem. Foi divertido explorar isso, porque tem cor e não se trata apenas de colocar um traje de gata e fazer todo tipo de pose. Temos várias cenas realmente substanciais no filme e estamos nos fazendo muitas perguntas existenciais.

Você acha que o seu uniforme está um pouco menos evidente neste filme?

Com certeza.  Neste filme, passei bem pouco tempo no meu traje. Tem muito a ver com a ousadia que talvez as pessoas não estejam esperando, mas acho que os fãs perceberão isso nos trailers e reagirão. Ele está com certeza sujo, e acho que ficou assim no decorrer dos filmes. O trabalho com Jon Favreau teve muito a ver com a criação daquele primeiro visual icônico. Depois o Joss Whedon queria que os socos doessem e queria ver o suor e a batalha. Ele queria ver os Vingadores  destruídos e prontos para voltar querendo mais. Neste filme, realmente vemos a Viúva Negra como uma personagem muito funcional, que está lutando para sobreviver. Para começar, isso nos tira daquele mundo de poses, pois não dá tempo de parar e fazer uma pose.

Você está mais agressiva por causa do aumento de cenas de ação?

Sim, graças a Heidi Moneymaker, minha dublê. Nós parecemos uma só pessoa e até terminamos as frases uma da outra agora. Tentamos inovar a cada novo filme, mas já existem movimentos estabelecidos que as pessoas reconhecem e gostam muito, então tentamos brincar um pouco com isso. Ter feito três filmes da Marvel até agora com a mesma equipe de dublês me permitiu conhecer todos os detalhes. Me sinto muito mais à vontade no meu corpo e com as lutas. E me sinto bem mais confortável pendurada a 18 metros. Eu confio nesses caras, e essa confiança é algo que se cria com o tempo.

 Você treinou boxe para este filme?

 Não, não para este. Eu corro muito neste filme. Várias cenas de ação envolvem trabalho com cabos e roldanas. Há todo tipo de contorções malucas, e a Heidi Moneymaker é mestre nelas. Ela é como um super-herói. Então, boa parte da luta que eu faço é basicamente reativa, como levar e dar socos, esse tipo de coisa, e depois deixo com ela a parte de balançar 6 metros no ar e fazer quatro piruetas.

É surpreendente ver como a Heidi Moneymaker está tão afinada com você nos produtos finais?

 Sim.  É sempre uma surpresa para mim, e uma surpresa agradável, porque ela é a melhor. Ela domina tudo e se supera a cada filme, indo sempre mais além. Eu os vejo ensaiando algumas das coisas que ela faz, mas depois não consigo ver a filmagem no dia, com o figurino e todo o visual, com todos os ângulos complicados e explosões. Então é sempre muito especial ver o trabalho da equipe de dublês. Eles são fantásticos. 

 Seu cabelo está diferente em cada filme. Isso é decisão sua ou de outra pessoa?

Eu tive a sorte de poder criar o meu próprio visual para a personagem. Tenho uma equipe de beleza sensacional, claro, que faz tudo acontecer e ajuda a concretizar a ideia. Acho que o visual deve mudar do mesmo modo que mudamos com os anos e, certamente, o último visual foi um pouco mais no estilo Ultimates. Desta vez, eu quis que ele ficasse um pouco mais contemporâneo e, talvez, com um toque mais do final dos anos 1990 que voltou, que acho relevante para as tendências atuais. Mas é sempre divertido brincar com o vermelho, encontrar os tons mais profundos e as coisas que cintilam, e o que vai cair bem com toda aquela ação. Uma boa parte do visual, das poses e dos pousos da personagem tem a ver com o movimento do cabelo e com a definição do rosto, e brincar com isso é bem divertido para nós.

 Qual foi a mudança no seu traje para este filme? Você teve um figurinista diferente em cada filme.

 Sim, tivemos figurinistas diferentes, mas o traje ficou basicamente o mesmo. Ganhei alguns painéis mais brilhantes desta vez. Todo figurinista quer deixar sua marca no traje, claro, mas ele precisa ser funcional, antes de mais nada. As costuras precisam ser feitas de um determinado modo, e o tecido tem de se movimentar de um jeito específico. Eu provavelmente tenho o traje mais confortável de todos, não posso reclamar. É tipo uma roupa de mergulho. Para este filme, o figurinista usou preto e uns painéis de couro muito macios. É um pouco mais elegante e moderno e não tão utilitário quanto o último.

 Você usa o traje principalmente nas cenas noturnas. Isso significa que ele também tem um elemento de ocultação?

 Sim, o traje é mais elegante e tem elemento de ocultação. Mas o interessante, para mim, foi poder criar o visual que a Viúva Negra tem como Natasha. Como, por exemplo, quem é a Natasha sem suas vestimentas, os disfarces, o traje, como ela é normalmente? Obviamente, não é isso. Isso é um disfarce. Como ela é no dia a dia? Decidimos que ela tem um Corvette preto e usa jaquetas de couro personalizadas, muito elegantes, impecáveis, sem nenhum detalhe. Tudo é muito agressivo e simples.

 Fale sobre o trabalho secreto que a sua personagem faz neste filme.

  A ideia é que a Natasha possa se misturar às pessoas em qualquer lugar, contanto que não conduza as coisas como se dominasse a situação. Ela pode simplesmente jogar uma capa nos ombros. Descobri isso na minha vida pessoal; na verdade, se eu for a lugares públicos com milhares de pessoas e conseguir me misturar à massa e seguir com o fluxo, eu consigo ficar relativamente fora dos radares. As pessoas só olham porque estão esperando algo. Elas esperam ver o Capitão América e a Viúva Negra em seus trajes. Esperam ver Chris Evans e eu com o nosso visual de estrela de cinema ou seja lá o que for. Mas se você se vestir como todo mundo e tiver a mesma atitude casual, poderá se misturar às pessoas, e é isso que a Natasha está ensinando ao Capitão quando eles vão ao shopping. Ela tem aquela fala, “Se você estiver com pressa, ande, não corra”, e a ideia é esta. Eles conseguem simplesmente passar despercebidos, fazer o que precisam e sair dali. 

Fale sobre o trabalho com Chris Evans neste filme. Parece que há um romance no ar, porém ainda não assumido.

 Mais do que tudo, acho que a relação entre o Capitão e a Viúva se torna uma amizade, que é muito mais interessante do que um envolvimento romântico. Nós ainda nem sabemos se ela é realmente capaz disso. A Viúva Negra tem tantos problemas de confiança que a última coisa que passa pela cabeça dela é algo como, “Cara, eu queria ter um namorado”. Steve Rogers é um cara atraente, mas acho que ela está aprendendo a ser ela mesma – seja lá quem ela for. Essa amizade é o catalisador que a ajuda a entender outros eventos com Fury e também a entender o que ela quer, pois ela provavelmente nunca se perguntou isso. É isso o que vemos acontecer mais. Entre eles, há uma amizade que permite que a Viúva seja autocontemplativa.

Você pensa nos traços emocionais da personagem em termos de como atuar?

 Espero que sim. Isso é representar, para mim, é entender a minha personagem emocionalmente. Sempre optei por uma abordagem natural, mas se consigo entender o que significa para mim, Scarlett – e detesto falar na terceira pessoa – e o que esse esforço significa para entender melhor a história e as circunstâncias da personagem e como isso a afeta, além de ser capaz de entender de um ponto de vista emocionalmente inteligente, daí todas as pequenas nuances que criei para a personagem serão apenas outra camada a ser adicionada àquela peça. 

Você nunca foi estereotipada para um tipo de papel, então você acha que a sua abordagem funciona?

Eu cresci muito nos últimos 20 anos de trabalho, e a minha meta agora é trabalhar em um nível emocional cada vez mais profundo e entender a personagem pessoalmente e poder usar isso tudo no meu trabalho. Esta é a arte do ofício, mas é verdade. A meta é me tornar cada vez mais verdadeira e mais natural, a ponto de ser apenas um canal para a emoção. A cada trabalho, isso fica mais claro, e entendo melhor todas as possibilidades.  

 Como foi trabalhar com Chris Evans?

Este é o nosso quarto filme juntos. Trabalhamos juntos desde os 17 anos. Eu o conheço há mais de 10 anos e já temos intimidade. Rimos muito. Quando você conhece alguém há tanto tempo, você já passou por todo tipo de situação maluca no set e fora dele. Sabemos muito um sobre o outro. Chris é um cara muito inteligente. É perspicaz e engraçado, além de ter um grande espírito. Nós gostamos muito um do outro. Não fosse por ele, este filme teria sido muito mais difícil para mim, pois é difícil fazer esses filmes, são muitos dias longos e cenas intensas. Poder compartilhar algumas piadas bobas com ele é um grande alívio para nós dois. É um prazer trabalhar com ele, como sempre.  

 Chris Evans está atuando com um aspecto meio “peixe fora d’água” neste filme, bem como trazendo um senso de sinceridade ao personagem de Steve Rogers. Ele consegue fazer isso?

 Sim, ele realmente consegue. Chris tem uma tarefa difícil, e acho que se pode dizer que Chris Evans e Chris Hemsworth têm, sem dúvida, os personagens mais difíceis de representar, não apenas pela complexidade deles, mas porque estão representando personagens que têm uma certa inocência e idealismo que podem causar grandes decepções. As emoções deles estão nos dois lados da balança. Eu fico sempre impressionada como o Chris consegue ter aquela abordagem séria que não parece alguém que está entediado ou desconfiado. 

A trajetória de Nick Fury nos filmes da série combina com o da Viúva Negra de um certo modo. Essa relação será mais explorada?

  Com certeza.  Quem sabe o futuro dessa relação? Tivemos um enorme incidente que desafia o nosso relacionamento, e esse relacionamento é provavelmente o que há de mais semelhante à amizade para Natasha. Ela tem uma relação platônica quase paternal com ele. No filme, você vê esses personagens bem mais vulneráveis do que já vimos antes, e isso em si é uma grande peça do quebra-cabeça, além de ser o arco que nos leva ao outro lado.

Vocês definitivamente têm respeito profissional um pelo outro, e isso é visível na tela. É assim que se sente?

  Com certeza.  Sam, especialmente neste filme, de fato mostra o lado humano de Fury para Natasha. Há alguns momentos ternos entre eles que são inesperados, e que eu acho que o público reagirá a eles. O público está sendo levado a um mundo que normalmente não esperaria ver: os bastidores de como esses dois personagens são entre si quando não estão em ação. Nunca os vimos se relacionarem como duas pessoas, e duas pessoas que podem ter decepcionado uma à outra ou que estão tentando se entender melhor. A minha relação com Sam como atores e amigos apenas enriquece essa química do set.

 O que você acha que os irmãos Russo trazem para o filme? 

   Eles têm a habilidade de permear a trama com diálogo contemporâneo e sarcástico, aquele tipo de gracejo entre o Steve e a Natasha. Eles trazem uma história única para o set e fazem escolhas inteligentes nesse sentido. Eles estão levando este filme para o mais alto nível, o que nos faz confiar na direção em que estamos seguindo. 

 Você se surpreende quando vai à Comic Con por causa desses filmes e vê a reação dos fãs? 

  Ver como as pessoas adoram esses filmes é sempre uma surpresa para mim. Elas ficam muito empolgadas com os personagens e querem que eles continuem a existir para elas. Elas apostam muito nesses personagens, e isso nos desafia a não decepcioná-las e a continuar a impressioná-las e inspirá-las. 

 Você está satisfeita de fazer parte desta franquia que as pessoas gostam?

Claro. Este é o significado de ir ao cinema. É ser capaz de escapar da sua vida ou conectar as partes da sua vida e curtir a experiência. Eu adoro a experiência de ir ao cinema, desde a pipoca até os trailers e o filme em si. Gosto de tê-lo comigo e de pensar nele dias depois. Adoro tudo que envolve entretenimento, então é emocionante poder fazer parte desses filmes que sempre fazem isso bem e são um grande evento que as pessoas aguardam ansiosas. É como ler um excelente livro e comprar o novo que está saindo: você fica superempolgado para ver o que as personagens farão desta vez. É divertido fazer parte disso.

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