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Viva

Saxofonista espalha alegria pelas ruas da Asa Sul

Arquivo Geral

05/09/2011 7h56

Marina Macêdo
marina.macedo@jornaldebrasilia.com.br

Com um moicano laranja e várias tatuagens espalhadas pelo corpo, logo se imagina um guitarrista ou baterista. Mas, nada disso, o instrumento é um saxofone. João Filho acorda todos os dias sem um destino certeiro, pega seu saxofone, entra no carro e elege comerciais da Capital para espalhar a arte e alegrar quem passa pelo local.

No repertório, bossa nova e jazz. New York, New York, de Frank Sinatra e Garota de Ipanema, de Vinícius de Morais e Antonio Carlos Jobim estão entre as mais pedidas pelo público.

A ideia de tocar na rua surgiu quando a vizinhança começou a reclamar dos ensaios no apartamento que reside, na Asa Sul. Como a rua é pública, espaço onde podemos ir e vir, ele resolveu se apresentar em várias quadras durante o dia. “Como no início tinha pouco repertório, eu que tinha que mudar de quadra para as pessoas não terem que ficar escutando a mesma música”, conta o músico.

Quanto mais o tempo passava, João percebeu que, mesmo com a rotina corrida, várias pessoas paravam para escutar pelo menos um clássico. Então resolveu colocar o chapéu no chão, como forma de valorização do trabalho – e viciou na rotina.

“Espero que as pessoas entendam o que passa na cabeça do artista. Na minha, passa liberdade. Tocar para ser feliz”, ressalta o instrumentista. Para incentivar a apresentação nas ruas, ele leva no carro blusas e bonés e, quando muda de local, muda sua vestimenta para outras pessoas pensarem que são vários artistas.

Inspiração
Após 20 anos servindo do Corpo dos Bombeiros de Brasília, João Filho se aposentou devido a uma hérnia de disco. E vive com sua mulher e filha. No currículo, três anos na Escola de Música de Brasília e aulas particulares com o músico Gil Costa.

O nome de sua banda, onde hoje é o único integrante, surgiu quando ainda tocava clarinete e o amigo Rafael percebeu que João errava no mesmo trecho. Ele comentou: “Que meia boca!”. Foi assim que batizou a banda de Meia Boca Band. Além do saxofone, o artista dedica-se ao violão e à voz. O artista que o inspirou no começo foi Cazuza. “Quando escutei a música Eu Queria Ter Uma Bomba, disse: Também quero brincar assim”, lembra o músico.

No final do dia, o músico recebe poucas moedas ou até mesmo notas de R$ 10.  “O importante não é o dinheiro. E sim, quem está sendo contagiado com uma boa música”, conta.

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