Michel Toronaga
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Eles comem carne humana (especialmente cérebros) e mesmo após o fim da vida voltam para atormentar as pessoas. Desde 1978, quando a frase “quando não houver mais espaço no inferno, os mortos caminharão sobre a Terra” ficou conhecida, os zumbis ganharam fama no mundo inteiro. A profecia foi escrita como forma de divulgar o filme clássico Despertar dos Mortos, de George Romero, mas os mortos-vivos aparecem hoje também em quadrinhos, séries de TV (como o sucesso The Walking Dead) e videogames (a saga Resident Evil).
Para demonstrar o “carinho” pelas criaturas, muitos fãs participam de eventos conhecidos como Zombie Walk. Em São Paulo, a manifestação aconteceu na semana passada e, em Brasília, a caminhada está marcada para hoje, a partir das 16h.
Quem passa as coordenadas é o estudante Phellipe Barusco, de 17 anos, que organiza vários flash mobs (movimentos caracterizados pela aglomeração instantânea e rápida dispersão de pessoas em um determinado lugar, com o objetivo de realizar uma ação inusitada e surpreendente): “Virou uma febre. Começou nos EUA e foi se espalhando pelo resto do mundo. O Chile, com 12 mil zumbis esse ano, ficou na história como o maior de todos”.
Ano passado, o Zombie Walk de Brasília reuniu 800 pessoas, surpreendendo os desavisados que passaram pela Torre de TV. Em 2012, a quinta edição deve contar com a presença de cerca de 1,6 mil mortos-vivos. Isso sem falar nas pessoas que vão apenas para tirar fotos e filmar.
Quem quiser participar basta caprichar na produção. “Faça sua maquiagem, vire um zumbi, junte-se a nós e espere o horário da caminhada. Existem vários tutoriais no YouTube, no Google e também no nosso grupo do Facebook, o Flash Mob DF”, convida Barusco. Ele também diz que serão vendidas maquiagens na hora do evento por um preço acessível. Os melhores zumbis serão premiados com brindes de cinema, uma cortesia do site Daiblog – Diversão * Arte * Informação.
E para quem não sabe por onde começar, a maquiadora Amanda Marinho fez um passo-a-passo com a estudante Rebeca Soares especialmente para o Jornal de Brasília.
A concentração zumbi será na Torre de TV. Depois, os zumbis partirão para o Pátio Brasil, Setor Comercial Sul, Eixinho, Conic, Conjunto Nacional, Rodoviária do Plano Piloto e Museu da República.
Saiba Mais
Em 2008, o cineasta Tiago Belotti lançou o filme A Capital do Mortos. Ele usou o Orkut (a rede social mais usada na época) para reunir 200 voluntários que viraram zumbis para o longa brasiliense.
“Agora, depois do Capital, estamos no ápice da febre zumbi. É um gênero do terror bem particular que sempre agradou. Não são monstros invencíveis, mas representam o que aconteceria se as pessoas perdessem a noção”, diz Belotti.
Ele agora prepara-se para fazer um curta, que será a continuação do filme.
