Suellem Mendes
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Ritmos populares com roupagem erudita. Ou, ainda, formação erudita com a sonoridade de canções tradicionais. A ordem dos fatores não altera o produto, no caso, a série musical O Brasil das Orquestras Populares, que terá início amanhã. Quatro concertos estão programados, até o dia 12 de fevereiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), mostrando a criatividade e as inovações musicais de grupos de quatro estados brasileiros.
Até a semana que vem passam pela capital federal a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, de Pernambuco; a Orquestra de Cordas de Curitiba, Paraná; a Orquestra Republicana, do Rio de Janeiro; e o Grupo Imbaúba, do Amazonas.
Abrindo a programação, a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH) traz, amanhã e sexta-feira, o show Jorrando Cultura Ao Vivo. Criada e regida por Francisco Amâncio da Silva, o Maestro Forró, a orquestra surgiu em 2002 e reúne músicos que nasceram na comunidade que dá nome ao grupo e de localidades próximas. “Senti a necessidade de discutir nossas expressões culturais e encontrar uma forma de nos posicionar no mercado de forma mais profissional”, conta o maestro. “O que fazemos é experimentar respeitando as origens”, explica. O conjunto mistura ritmos como frevo, coco, mangue beat e cavalo-marinho, em releituras de clássicos populares da região norte da capital pernambucana como Vassourinha, Cabelo de Fogo e Elefante.
Criatividade
Para ilustrar um pouco do que será visto na apresentação, o Maestro Forró conta que a OPBH abrirá o show com o Hino Nacional. “Começamos de maneira tradicional, depois ele vira maracatu, valsa e ciranda e volta ao tradicional”, antecipa. “Buscamos um contato mais próximo com o público e misturamos e otimizamos as linguagens”, explica o músico.
O figurino também é especial. “Pedimos ao figurinista Beto Normal que fizesse uma pesquisa no bairro e se inspirasse na diversidade cultural presente”, diz. O resultado foram peças inspiradas nos losangos das alfaias de maracatu e reizados da Bomba do Hemetério.
No sábado e domingo, a Orquestra à Base Cordas de Curitiba, se apresenta sob a batuta do maestro João Egashira. Violinos, violas, violoncelos e contrabaixos foram substituídos por bandolins, cavaquinho, violões, viola caipira, piano e percussão, para explorar ritmos como pagode-de-viola, baião, polca mato-grossense, rasqueado, samba caipira, mazurca e fado.
Abrindo a segunda semana, a carioca Orquestra Republicana, passeia por composições de Pixinguinha, Paulinho da Viola e Ernesto Nazaré. Encerrando o projeto, o Grupo amazonense Imbaúba, vai apresentar o seu trabalho inspirado em batidas da região da Amazônia. As obras sugerem uma reflexão maior sobre os hábitos do homem em relação à natureza.
Programação
Amanhã e sexta-feira – Orquestra Popular Bomba do Hemetério
Sábado e domingo – Orquestra À Base de Corda de Curitiba
9 e 10 – Orquestra Republicana
11 e 12 – Grupo Imbaúba