Camilla Sanches
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Cássia Eller completaria 50 anos em dezembro deste ano. Para celebrar a data, a sala que leva seu nome na Funarte (Eixo Monumental) estreia a ocupação de 2012, amanhã, com o projeto Cássia por Eles. A mostra vai receber artistas contemporâneos da homenageada e novos nomes da música popular brasileira. Todos farão um show misto, com parte da apresentação dedicada a canções da cantora e outra com repertório próprio.
“Começamos com ela por conta do cinquentenário, pelos 11 anos que ela nos deixou e, também, porque aquele foi um dos primeiros lugares onde ela se apresentou”, justifica o coordenador artístico Anderson Lira. A seleção dos convidados, segundo ele, buscou destacar alguns cantores e compositores que começaram a carreira na mesma época que Cássia e chegaram a tocar com ela, em alguns momentos, como Adriano Faquini, Eduardo Rangel, Rubi e Renato Matos, representantes do Distrito Federal.
Da nova geração de músicos vieram Leo Goulart, o Gatuno, Júnio Barreto, ambos de Brasília, o paulista Pélico e o gaúcho Filipe Catto. “Nosso intuito é divulgar o trabalho dessa nova safra, que começou a carreira de forma independente e ainda não é tão conhecida nacionalmente”, acrescentou Lira. A curadoria foi feita pela cantora brasiliense Ligiana Costa, atualmente radicada em São Paulo.
Quem faz a abertura do Cássia por Eles é o cantor e compositor Pélico, de 35 anos, que deu os primeiros passos da vida musical em 2001 e tem dois discos gravados. O primeiro, O Último Dia de Um Homem sem Juízo, em 2008, e o segundo, Que Isso Fique entre Nós, lançado em julho do ano passado. “Vou abrir o projeto. Nunca toquei em Brasília. Estou ansioso e com uma certa sensação de “responsa”, mas ‘tô’ feliz e acho que vai ser um show bonito”, diz ele, para quem a obra da artista foi e é uma referência.
Para o show de estreia – do evento e na capital federal –, Pélico separou músicas com as quais se identifica e que são referência quando se fala em Cássia Eller. “Ela cantou muitas coisas da Legião (Urbana) e, na minha cabeça, era fundamental ter algo deles, por isso escolhi Por Enquanto. Dos Paralamas do Sucesso vou cantar Lanterna dos Afogados, outro sucesso na voz dela, e dos Mutantes, Top Top”, adianta.
O cantor selecionou, ainda, uma faixa de um dos últimos discos lançados pela intérprete, Mapa do Meu Nada, de Carlinhos Brown, do álbum Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo. “Ela tinha essa característica de gravar compositores diversos e colocar nas canções a sua personalidade”, descreve o músico. Para fechar o set list, ele canta oito composições dos seus dois CDs.
O carioca Adriano Faquini, que começou a carreira em Brasília, ao lado de Zélia Duncan e Cássia Eller conta um pouco de como foram aqueles anos. “Quando nós começamos, a cena cultural brasiliense era muito efervescente, havia muitos talentos crus, todas as tribos coexistiam na mesma cidade. Foi logo depois que a Legião Urbana estourou”, lembra ele. “A Cássia era muito original, genuína, muito ela mesma, versátil, com aquela força vocal”, descreve.
Morando, atualmente, em Vitória, no Espírito Santo, o artista volta nesta sexta-feira para cantar sucessos que dividiu com a saudosa cantora. “Vou de Summertime e Por enquanto, o primeiro hit dela; O Segundo Sol, sucesso que alavancou a carreira; Blues da Piedade, do Cazuza; e outra que também cantamos juntos, Come Together, dos Beatles”, lista o amigo.