Rosane Amaral
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Que tal dar um pulinho no Japão? E não se trata de uma viagem internacional. Começa amanhã e vai até o dia 10 de outubro a Mostra de Cultura Japonesa, evento que reúne palestras, workshops, exposição, mostra de cinema e outras atividades que revelam a arte e as tradições do povo nipônico. A iniciativa é promovida pela Embaixada do Japão em Brasília e acontece no shopping CasaPark (Epia Sul), com entrada franca.
Uma das principais atrações da mostra são as ikebanas, os belíssimos arranjos florais japoneses, que serão tema de oficinas e exposições. Com origem na Índia, foi na arte asiática que essa técnica de trabalho com flores se tornou popular, na tradição que ficou conhecida como “caminho das flores”. “Para fazer ikebanas existem várias técnicas. É como se fosse uma escultura viva. Mas é fácil aprender, basta ter sensibilidade e gostar de flores”, garante Vilar Costa, presidente do Clube de Ikebanas de Brasília.
Vilar organiza a 25ª Exposição Anual de Ikebana, que conta com arranjos de 60 alunos da escola Sogetsu, onde trabalha como professora. Os trabalham chegam junto com a primavera, que começou no último sábado. Os artistas procuraram brincar com as cores da estação. “As obras são bem diversificadas porque trazem a personalidade cada um. Você mostra a técnica, mas expressão e criatividade não é algo que se ensina. Lá no Japão, como eles têm estações bem definidas, fazem ‘flores do inverno’ ou ‘flores do verão’, mas aqui também podemos usar as estações”, garante.
Ela recomenda as ikebanas como forma de fugir do estresse do cotidiano e acredita que a prática é mais do que simplesmente manipular flores. “É uma forma de crescimento pessoal. Você exercita a paciência e trabalha com coisas naturais, como flores e águas. Tudo na cultura japonesa é um aprendizado”, diz.
Cinema
De 1º a 3 de outubro, a Livraria Cultura do CasaPark fará uma pequena mostra de cinema chamada Superando Grandes Calamidades, que conta com filmes que mostram a capacidade dos japoneses em lidar com tragédias.
A ideia surgiu depois dos terremotos que atingiram o país em 2011, uma catástrofe que causou ruínas e mais de 15 mil mortos. Os filmes selecionados tratam de temas variados. “O documentário Hula Girls de Fukushima é o único na mostra que trata do terremoto. Já Quarteto! é um drama familiar”, explica Marta Yada, responsável pelo setor de cultura da Embaixada do Japão.
Para ela, o grande destaque é Éclair – Uma Jornada Errante, de Akio Kondo, sobre um garoto que vai parar em um reformatório após roubar um doce. O menino encontra, na música, uma forma de driblar os problemas da vida. “O filme é sobre como ele supera a fome, a miséria, a humilhação e tantas outras coisas pelas quais ele passa. É um dos melhores da mostra”, indica Yada.
