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Viva

Perversões e obsessões proibidas em ritmo de cabaré em cartaz no Teatro Goldoni

Arquivo Geral

06/11/2012 18h41

 

Foto:Andre Amaral

Exagerei no Rímel, de Zeno Wilde, estreia dia 8 de novembro, no Teatro Goldoni/Casa D’Italia, sob a direção de Adalto Serra, que fez uma abordagem sutil do absurdo das situações nas quais Wide brinca com o tema da morte e da atração pelo proibido. Homenagem a Nelson Rodrigues, no ano do centenário do seu nascimento, a peça ficará em cartaz até 25 de novembro; de quinta-feira a sábado, às 21 horas; e domingos, às 20 horas, com entrada franca.Classificação 18 anos. Dia 8, a exibição será somente para convidados. Durante a temporada, serão distribuídas senhas na bilheteria duas horas antes de o espetáculo começar. O teatro dispõe de apenas 100 lugares. Informações:(61)3343-0606

 

A dupla de atores Ricardo Cesar e Cassius Desconsi faz o papel de seis adolescentes, “numa tragicomédia de humor ácido e irônico, que trata do poder de perversão sem fim de irmãs, de sangue ou de hábito, enclausuradas em casa, no convento ou nas obsessões; ora se odeiam, ora elegem um alvo comum para despachá-lo desta para melhor”, define a cenógrafa e figurinista Maria Carmen, que transformou o Teatro Goldoni “num aconchegante cabaré”, incorporando inclusive mesas à plateia, e, como numa casa noturna, será servido vinho; naturalmente, pago.  

 

“A peça é uma tragicomédia mordaz”, define o produtor do espetáculo, Luiz Antônio. Em três episódios intercalados por intervalos musicais ao piano de Lucian Lorens e voz da cantora e atriz Sandra Regina, seis adolescentes batem altos papos. Na primeira cena, Na Mais Tenra Idade, Lúcia e Alaíde – nome das irmãs do clássico Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues – conversam durante no velório delas, caixões lado a lado, assassinadas com brigadeiros envenenados da prima, a quem humilhavam por diversão.

Em Por Força do Hábito, as irmãs conversam à mesa do refeitório, num convento; uma delas revela como dá cabo de coroinhas. E em A Cauda Santa, as irmãs velam o corpo da mãe delas, que se matou. Falam de culpas, menstruação, beijos durante o banho e da aberração que uma delas carrega de nascença: uma cauda.

 

Zeno Wilde (1947-1998) – O autor de Exagerei no Rímel ficou conhecido por abordar temas ligados à marginalidade, e é comparado por alguns críticos a Nelson Rodrigues, “porém carregando mais no humor e tratando os temas com sutilidade”, observa o produtor Luiz Antônio. Wilde inclusive batizava suas personagens com nomes criados por Nelson Rodrigues. O crítico teatral Alberto Guzik compara o dramaturgo a Plínio Marcos, que, por sua vez, é considerado herdeiro de Nelson Rodrigues.

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