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Viva

Pelas lentes da arte digital

Arquivo Geral

27/01/2011 12h19

“Muitos fotografam, mas poucos serão capazes de contar histórias por meio de suas fotografias.” Assim Kazuo Okubo, fotógrafo publicitário,  define a sua galeria A Casa da Luz Vermelha,  espaço criado com o boom da digitalização na última década e que entra em seu segundo ano de atividade em Brasília.

 

Apesar do mercado convencional saturado – fotojornalismo, fotografia social e publicitária –, cresceu a vertente artística, da expressão e da narrativa, segundo ele. “O digital possibilitou a entrada de muitos olhares e formas diferentes de pensar a fotografia. No digital, a gente pode quase tudo”, acredita Okubo, que é viciado no Instagram, aplicativo para gadgets da Apple que altera, com filtros coloridos, as imagens feitas pela câmera do celular.

 

O desejo de apresentar e discutir a fotografia autoral e poder comercializá-la por meio de um acervo permanente se concretizou com a galeria A Casa da Luz Vermelha no dia 3 de novembro de 2009. Com 35 artistas representados, que incluem nomes como Cristiano Mascaro, conhecido por retratar a arquitetura de São Paulo, além do mestre Walter Firmo, do fotógrafo de natureza Araquém Alcântara e de Anderson Schneider, especializado no trabalho documental, a galeria realizou três exposições e dez cursos e workshops no ano passado. 

 

“Além de trazer fotografia para contemplação, queremos trazer profissionais que repassem informações legais sobre o assunto”, assegura Okubo, que promete um ano agitado na galeria, com oficinas para os interessados em técnicas e estilos fotográficos. 

 

Há quatro anos, uma casa noturna com paredes laranjas e amarelas deu lugar a um estúdio e uma galeria clean, com texturas nas paredes onde se penduram as molduras repletas de imagens instigantes, que desafiam o olhar do público. O globo de luz, o estroboscópio e as caixas de som ainda estão lá – escondidas na parte que funciona como estúdio de Kazuo – e o espaço do DJ se tornou um camarim. 

 

O local foi alugado, primeiramente, para funcionar como estúdio, mas a veia empreendedora do fotógrafo enxergou o caminho da comercialização da fotografia autoral. Assim surgiu a A Casa da Luz Vermelha. “A gente está em um lugar atípico, dentro de um clube, então, é fora do circuito das pessoas comprarem fotografia. Em um comércio de decoração, as pessoas estariam mais focadas em adquirir esse tipo de arte.” 

 

Para o fotógrafo, os responsáveis em pendurar a imagem fotográfica nas paredes das casas serão os arquitetos e decoradores. “Os primeiros podem até colocar a foto para combinar com o sofá, mas depois que receberem elogios, vão ficar apaixonados por fotografia”, acredita Kazuo, também colecionador. “Os autores que possuem trabalhos em galerias e museus e que já expuseram em bienais são bons investimentos, por terem maior possibilidade de valorização no mercado”, ensina, para aqueles que querem se aventurar na área.

 

 José Rosa abre a programação de 2011 da galeria com o curso de fotografia inicial, nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro. A agenda segue com as oficinas sobre descondicionamento do olhar, com Cláudio Feijó (19 e 20 de março), gerenciamento de cores e pré-impressão fine art, com Clício Barroso (26 e 27 de março) e retrato documental, com Fábio Elias (2 de abril). 

 

Outros eventos são uma palestra sobre direitos autorais com o advogado Eduardo Lycurgo (23 de março), workshops com Cláudio Edinger e Cláudio Versiani e exposição de André Arruda.

 

A Casa da Luz Vermelha funciona de segunda a sexta, das 9h às 19h, e sábado, das 12h às 16h, na Asbac (Setor de Clubes Sul, Trecho 2, conjunto 31, em frente ao restaurante Francisco). Entrada franca para as exposições e algumas palestras. Informações: 3878-9100.  

 

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