Menu
Viva

Palhaças além da marmelada

Arquivo Geral

09/12/2010 13h39

Nesta quinta-feira comemora-se o Dia do Palhaço. Mas a celebração da data não terá apenas marmelada e palhaçadas. Ao menos no II Encontro de Palhaças de Brasília, que ocupa a partir de hoje o Teatro Nacional e a Universidade de Brasília (UnB), com espetáculos circenses, mas também com o objetivo de lançar um olhar politizado sobre papel da mulher na sociedade e da profissão, ainda dominada por uma maioria masculina.

 

 Manuela Castelo Branco, a palhaça Matusquella, organiza o encontro que, simultaneamente, abrangerá o I Fórum de Mulheres e Palhaças, com debates entre políticos, artistas e pessoas envolvidas no meio cultural. “O fórum aponta uma discussão do paradigma da mulher ter outros espaços, inclusive no circo. Não só como ajudante de mágico, ou acrobata, mas como palhaça também”, ressalta Manuela. 

 

Os debates terão como um dos focos, a criação de meios que estimulem a cultura por meio de incentivos governamentais. “Ganhamos espaço não só para mostrar nosso trabalho, mas para uma discussão política”, comenta.

 

A contínua extinção do circo em seu modelo padrão tem forçado artistas circenses a se adaptarem e reinventarem uma nova maneira de manter viva uma arte milenar. Bobos da corte incorporaram-se aos circos itinerantes, e de lá, até a inserção da mulher na arte, não demorou muito. “A palhaça revela tudo que há dentro de nós”, relata a artista, que teve seu primeiro contato com a palhaçaria enquanto estudava Artes Cênicas.

 

“Aí é que eu me pergunto: o que as mulheres têm de diferente dos homens palhaços?”, questiona. “Eu acho que as palhaças estão nessa leva de mudanças no circo. É uma adaptação”, completa a artista circense. “Nós palhaças, vamos dominar o mundo”, brinca.

 

Atualmente, existem outras modalidades de palhaçaria como, por exemplo, as que usam técnicas de teatro para formar seus personagens. O clown, como é conhecida uma dessas modalidades, tem seu espaço anual, no Sesc Fest Clown, em Brasília.

 

Nesta edição do Encontro de Palhaças de Brasília, que ocorre bianualmente, contará com participação de palhaças de sete estados e da Argentina e França, diferentemente da primeira edição ocorrida em 2008 que priorizava as artistas locais.

 

Locadas em diversos lugares da UnB e na Sala Martins Penna e seu foyer, o evento terá além de encenações e debates, um lançamento de livro sobre o tema, oficinas, espetáculos, cabarés, invasões e salão de artes visuais voltado à palhaçaria, que terão início amanhã.

 

II Encontro de Palhaças de Brasília –  Até 19 de dezembro, na Sala Martins Penna (Teatro Nacional), anfiteatro 9 e sala 2 do cinema da UnB. Entrada franca. Classificação livre.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado