No fim da vida, o carioca Hélio Oiticica, artista performático falecido em 1980, não se considerava um artista, mas sim um instigador do artista existente em cada pessoa. Em suas criações, Oiticica desafiava a arte abordando questões das cores, formas e linguagens associando-os ao corpo e à cultura. Mais de 30 anos depois da concepção do trabalho Invenção da Luz, que foi criada para Brasília, a obra será montada na capital pela primeira vez, dentro da exposição Hélio Oiticica – Museu é o Mundo. “A construção da Invenção da Luz em Brasília é a realização inconteste de mais um dos Delírios Ambulatórios de Hélio Oiticica”, diz César Oiticica Filho, o curador.
A mostra, que se inicia em 22 de dezembro de 2010 e vai até 20 de fevereiro de 2011, no Museu Nacional, traz os penetráveis PN 16 (ou PN Nada) e PN 14, que ficarão na Praça da República, anexa ao Museu. Outras obras expostas serão Macaléia, que ficará na rampa anexa ao Museu, a Mesa de Bilhar – Apropriação d’après O Café Noturno de Van Gogh, de 1966, na Estação Rodoviária e Penetrável da Gal, de 1969, na Casa da Cultura da América Latina. Os penetráveis Éden, um conjunto de vários ambientes que integrou a primeira exposição do artista em Londres, na White Chapel, em 1969, e Rhodislândia, de 1971, estarão no Museu Nacional.
Além da ocupação de espaços públicos com as obras do artista, a exposição exibe três filmes, Agripina é Roma Manhattan (1972), Brasil Jorge, Homenagem a Jorge Salomão (1972), ambos de Hélio Oiticica e Phone (1975), de Andreas Valentim. Nos dias 14 e 15 de fevereiro, haverá um seminário com intelectuais e pesquisadores que estudam as obras do acervo de Oiticica.
Hélio Oiticica – Museu é o Mundo – De 22 de dezembro de 2010 até 20 de fevereiro de 2011. Visitação das 9h às 18h. No Museu Nacional, Esplanada dos Ministérios e Setor Cultural Sul. Informações: 3325-6410. Entrada franca. Classificação livre.
