A infância como força política e sensível está no centro de O Futuro é Indígena, documentário dirigido por Julia Pá que acompanha Xiwariru, uma menina de sete anos da etnia Javaé, durante o 20º Acampamento Terra Livre (ATL) — o maior encontro de povos indígenas do Brasil. Com uma linguagem poética e afetiva, o filme revela o cotidiano da criança em meio ao evento, seus encantamentos e sua participação em um espaço de resistência e ancestralidade. O curta terá diversas exibições ao longo de outubro, em Brasília.
Programação
• 23/10 (quinta-feira) – Maloca da UnB, às 19h – Exibição gratuita e aberta ao público, seguida de conversa com a equipe do filme (com interpretação em Libras).
• 25/10 (sábado) – Memorial dos Povos Indígenas, às 10h – Sessão gratuita e mediada pelo Educativo do Memorial (com interpretação em Libras).
• 25 a 31/10 – Memorial dos Povos Indígenas – Exibições mediadas pelo Educativo do Memorial, em horários exclusivos para estudantes. É necessário agendamento escolar.
• 28/10 (terça-feira) – Escola Classe 115N, às 11h30 (com Libras) e às 14h.
• 29/10 (quarta-feira) – CRAS Sobradinho, às 14h.
Sobre o filme
A ideia de O Futuro é Indígena nasceu em 2023, quando Julia Pá registrava o 19º ATL como colaboradora da ONU Mulheres. Ao observar a presença serena e poderosa das crianças indígenas durante a mobilização, surgiu o desejo de retratar essa infância que cresce em meio à luta coletiva e à defesa da terra. O encontro com Xiwariru — nos ombros do pai, assistindo ao discurso de encerramento do presidente Lula — foi o ponto de partida da narrativa.
Um ano depois, com apoio da Lei Paulo Gustavo, uma equipe formada inteiramente por mulheres — incluindo indígenas, negras, periféricas e com deficiência — acompanhou Xiwariru no ATL de 2024. Produzido pela 13 Luas Filmes, Makua e Palmira Filmes, o documentário constrói um retrato íntimo da menina e amplia as vozes das lideranças indígenas, reforçando como o futuro da militância nasce desde cedo, com os pés na terra e os olhos atentos.
A diretora – Julia Pá
Cineasta brasileira, Julia Pá dedica sua carreira a contar histórias que dão visibilidade às vozes de mulheres de comunidades marginalizadas. Sua obra explora a interseção entre poesia e política por meio de imersões profundas e afetivas nas realidades que retrata.
Julia vive junto das pessoas que filma, construindo relações de confiança e respeito que se refletem na delicadeza de suas narrativas. Essa proximidade permite que o público enxergue o mundo pelos olhos de quem muitas vezes é silenciado — rompendo estereótipos e despertando empatia.
Para a diretora, essa conexão emocional é uma ferramenta de transformação social: “é mais fácil agir quando nos sentimos próximos e tocados por uma história”, afirma. Seu trabalho inclui quatro documentários de curta-metragem realizados com mulheres da costa do Pacífico colombiano, das montanhas do Himalaia, das favelas do Rio de Janeiro e da Amazônia brasileira. Com formação em política social e anos de atuação junto a comunidades vulneráveis, Julia une escuta, sensibilidade e compromisso político em um cinema que celebra a dignidade e a força das narrativas humanas.
Estreia do curta O Futuro é Indígena
PROGRAMAÇÃO
23/10, quinta-feira – Maloca da UnB – 19h – Exibição gratuita e aberta ao público seguida de conversa com a equipe do filme – com Interpretação em Libras
-25/10, sábado – Memorial dos Povos Indígenas – 10h – com Interpretação em Libras – Exibição gratuita e aberta ao público mediada pelo Educativo do Memorial
25 a 31/10 – Memorial dos Povos Indígenas – Exibição mediada pelo Educativo do Memorial em horários exclusivos para estudantes. Agende sua escola
-28/10, terça-feira – Escola Classe 115N – 11h30 (com Interpretação em Libras) e 14h
-29/10, quarta-feira – CRAS Sobradinho – 14h
Agendamento de visitas de escolas: arandueducativo@gmail.com