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Viva

O Espelho, o conto que vira instalação híbrida, pode ser visto no CCBB até setembro

Arquivo Geral

12/07/2012 8h52

Uma instalação teatral de som e de imagens traz à cena e à cidade, com concepção do australiano radicado em Brasília Iain Mott e curadoria em conjunto com a mineira-brasiliense Simone Reis, que escancara as possibilidades das artes híbridas. O Espelho é uma obra plástica inspirada em texto satírico e filosófico, de mesmo nome, um conto escrito por Machado de Assis em 1882. Autor de mais de 200 contos, Machado de Assis talvez nunca teria imaginado que um conto vertiginoso e misterioso chegasse a ultrapassar tantas barreiras do tempo e do espaço.Mila Petrillo

 

O Espelho é uma integração de teatro, arte sonora e ilusão. Seu objetivo é o de colocar o espectador em um contexto áudiovisual radicalmente novo. Um contexto, no qual o próprio espectador está inserido na cena teatral. Ele será desafiado a incorporar a expressão e as interações como se fossem seus. Através deste truque de substituição de imagens em seu próprio reflexo, o observador é sugestionado a aceitar ou questionar seu papel na história. Ao ser apresentado a muitas situações diferentes, ele é convidado a repensar sua própria identidade e conceitos.

 

Sentado, o visitante se depara com um grande espelho que reflete tudo que está na galeria, menos sua própria imagem…E, talvez por uma estratégia à Machado de Assis, melhor é não descrever tudo o que se promete neste trabalho caprichoso.

 

“O espelho é um objeto que usamos para nos ver e para saber como os outros nos vêem. Neste sentido, a voz também pode ser um espelho – algo que ecoa do nosso interior que se revela para o mundo e que, simultaneamente, ouvimos fora de nós como a voz de outra pessoa”, sugere Iain Mott, artista sonoplasta, curador e idealizador da instalação.

 

A instalação apresenta gravações em vídeo transmitidas através deste grande espelho, um vídeo-espelho que vai transmitir personagens interpretadas por Simone Reis. Estas ilusões no espelho serão controladas por um sistema computadorizado e em sincronia com equipamentos de luz, exibindo um elaborado jogo de reflexos, imagens e sons, dando a ilusão ao expectador de que tudo é bastante real.

 

Com um roteiro desenvolvido em conjunto por Camilo Pellegrini, Simone Reis e Iain Mott, o trabalho também traz referências de textos de Valiéri Briússov, Valère Novarina e Charles Bukowiski. Simone vai brincar com caracterizações de tipos e conceitos humanos, mesclando vaidades e esperanças, guiando o observador através de um labirinto de experiências e provocações.

 

“Com permanência de 15 a 20 minutos, a instalação, o visitante terá a chance espetacular de assistir a vinhetas, luzes sincronizadas e efeitos sonoros especiais, escolhidos de forma aleatória, pelo computador, de forma que cada experiência será única”, garante Iain Mott.

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