Da Redação
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Um encontro entre diversas vertentes da expressão artística. É assim que a multiartista Soraia Silva traduz sua obra. A diretora mistura telas, dança e um vídeo no espetáculo 21 Terras, que promove o diálogo, a aproximação e a troca de experiências resultantes da dança no âmbito acadêmico.
O objetivo da autora é preservar e difundir a memória da produção de dança fora de Brasília. A apresentação acontece amanhã, às 20h, no Teatro Silvio Barbato (Sesc do Setor Comercial Sul). Já as exibições do videodança podem ser conferidas até o dia 30 de setembro.
O espetáculo em si é composto por 21 telas confeccionadas com pigmentos minerais e sobreposição de colagens. Isso dá o tom da cenografia, que leva o espectador a uma viagem ao universo feminino por meio de artigos como rendas, botões, contas e laços. Em meio a isso é exibido um videodança com participações de bailarinos e skatistas, gravado em pontos da cidade como o Museu Nacional, o Setor Bancário Sul e uma pista de skate.
As pinturas produzidas, além de fazerem parte da exposição, são o cenário móvel manipulado por Soraia, bailarinos e skatistas para o desenvolvimento dos roteiros dançados do espetáculo e do vídeo.
Divulgação Nacional
“Com o espetáculo 21 Terras pretendemos aumentar o intercâmbio entre os fazeres na área da dança em Brasília e a sua divulgação nacional, com a distribuição das cópias do videodança”, aposta Soraia, que é professora da Universidade de Brasília. A ideia da artista é trazer para o universo urbano o conceito de que música, fotografia e tecnologia podem andar de mãos dadas com a dança e o movimento.
Em um terceiro momento da obra é acrescentada à performance da artista. Fazendo alusão ao título, o espetáculo tem a duração de 21 minutos, em que a artista plástica se ausenta e põe em cena sua expressão bailarina.
Suas performances são descritas por ela como uma erupção criativa e uma pesquisa de linguagens – do corpo e de todos os sentidos que lhe são inerentes. “Não só no gesto e no ritmo, como na fusão significativa que a música, a pintura e o vídeo imprimem, convertendo o espaço do movimento na cena das performances”, explica Soraia.
Indagada sobre o uso repetido do número 21, ela responde: “É um número fortemente ligado a polaridade feminina, aos ciclos da natureza e muito usado na mitologia. Usá-lo foi nada mais que natural.”