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Viva

Nonsense cara de pau nos cinemas

Arquivo Geral

30/11/2012 9h15

Andréia Castro

andreia.castro@jornaldebrasilia.com.br


A fórmula é garantia de sucesso: dois comediantes que são a cara do novo humor nacional, Marcelo Adnet, da MTV, e Eduardo Sterblitch, do Pânico na Band, aliados ao badalado diretor da Conspiração Filmes, Andrucha Waddington, de Eu Tu Eles (2000) e Casa de Areia (2004). Os Penetras estreia hoje deixando uma sensação estranha: a produção não é uma comédia de humor rasgado nem contido. Apesar disso, garante bons momentos – quase todos protagonizados pelo convincente Sterblitch. O longa-metragem conta também com ótimas atuações dos experientes Suzana Vieira, Luis Gustavo, Andréa Beltrão e Stepan Nercessian.

 

Na história, que se passa no Rio de Janeiro, a dois dias do Réveillon, Beto (Eduardo Sterblitch) está na cidade para se reconciliar com sua amada, Laura (Mariana Ximenes). Desprezado, ele tenta o suicídio. 

 

O vigarista Marco Polo (Adnet) acaba salvando-o da morte e, diante da possibilidade de faturar algum dinheiro, promete ajudar o novo amigo a se reconciliar com a amada. O malandro, porém, se encanta por Laura. Para conquistá-la, Marco conta com a ajuda de Nelson (Stepan Nercessian), um gerente de estacionamento que usa os carros luxuosos dos clientes e disfarces esdrúxulos para entrar nos eventos mais concorridos e badalados da cidade maravilhosa.

 

Humor

É um enredo que rende momentos geniais em algumas partes do filme. A película tem altos e baixos e um roteiro anêmico cujas cenas cômicas deixam a desejar no quesito originalidade. A ótima surpresa é a química de Adnet e Sterblitch, além do grande feito deste último, que conseguiu se despir da imagem de seu personagem Freddie Mercury Prateado, fazendo o papel de um rapaz inocente que vai caindo na real à medida que a trama avança.

 

Um resultado instável

Em alguns momentos, Sterblitch muda sua voz, como os personagens que interpreta em Pânico na Band. Uma jogada proposital, já que os espectadores irão procurar piadas do mesmo estilo que o jovem comediante faz no programa dominical.

 

Os Penetras acaba sendo um filme instável. Com momentos de comédia inteligente e outros de riso fácil com situações pastelão, a história é um show de estereótipos e vai perdendo o fôlego à medida que o filme caminha para seu desfecho. No final, aliás, uma sequência nonsense indica a possibilidade de um novo filme. Destaque para o fim da sessão, quando as cenas de bastidores brindam o espectador com o melhor de Adnet e Sterblitch, que provaram ser bem mais que simples comediantes de esquetes televisivas.

 

Perguntas para Eduardo Sterblitch:


1 – Como foi trabalhar com Marcelo Adnet?

Foi muito bacana, aprendi muito com ele. Foi praticamente um workshop de humor. E a parceria deu supercerto, tanto nas telas quanto fora, já que agora somos amigos daqueles que trocam presente de Natal e tudo mais. (risos)

 

2 – Você faz sucesso na TV, lota os palcos com o espetáculo O Melhor Melhor Show do Mundo, e agora protagoniza seu primeiro filme. Qual é sua verdadeira paixão?

Minha resposta é a mais clichê de todas: gosto das três. TV, teatro e cinema se complementam e cada uma me ensina um pouquinho. Mas preciso confessar que tenho uma paixão platônica pelo teatro. Minha formação vem toda daí e não consigo me imaginar fora dos palcos.

 

3 – Muito se diz sobre o politicamente correto. Existe limite para o humor ou vale tudo na comédia? Você toma cuidado na hora de fazer piada?

Não sou polêmico e acho que faço uma comédia mais bobinha, brincalhona. Por isso, acabo não me envolvendo em polêmicas. Mas acho que essa história de politicamente correto deve ser avaliada pelo público e não pelos humoristas. É um limite imposto por quem escuta a piada e não pelo autor. Não dá para ficar esquentando a cabeça com isso.

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