Camilla Sanches
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ANoite Cultural do T-Bone surgiu em 1998 e tornou-se uma tradição na cidade, tanto que, em 2003, foi incluída no Calendário Cultural Oficial do Distrito Federal. São duas edições ao longo do ano, uma por semestre. A primeira de 2012 acontece hoje, na Comercial da 312 Norte, como de costume, a partir das 20h. O convidado principal é o cantor, compositor e pianista Ivan Lins, que divide o palco com o multiinstrumentista cearense Manassés e o músico Zelito Passos. A programação é totalmente gratuita, com classificação livre.
Com mais de 40 anos de carreira, “42, para ser mais preciso”, o cantor carioca está acostumado a tocar nos mais diversos palcos e para as plateias mais distintas. Porém, ele acredita que as apresentações abertas ao público, no meio da rua e sem cobrança de ingressos, como a que vai fazer esta noite, são as melhores. “Show de música boa deveria ser sempre de graça. Quanto pior a música, mais cara deveria ser”, opina Lins.
Para presentear os fãs que o acompanham desde a década de 1970, ele preparou um repertório composto por grandes sucessos de sua história na música popular brasileira, entre elas Começar de Novo e Lembra de Mim. “Adoro cantar as canções que o público consagrou”, revela ele, antes de adiantar algumas faixas que nunca podem faltar num show como este. As primeiras que vêm à mente são Madalena e Vitoriosa.
Admirado por pessoas de todas as idades e por músicos do País e do mundo, Ivan Lins também tem seus ídolos e conta que os principais deles são o pianista e arranjador norte-americano Henry Mancini, o francês Michel Legrand, Frank Sinatra e Nat King Cole, que dispensam apresentações, e os brasileiros Antônio Carlos Jobim e Carlos Lyra.
composição
Todos esses nomes influenciaram o trabalho de Ivan Lins, que se divide entre o piano, o microfone e a arte da composição, cujo desempenho é reconhecido internacionalmente. “Saber que sou querido por um número imenso de pessoas neste País é um estímulo a mais na hora de compor e de subir no palco”, diz. “Quando crio, me comprometo com a beleza. Se o público gosta, é porque sente a beleza pela qual me esforço colocar nas canções”, continua ele.
O artista revela que gosta mais de criar letras e músicas do que de cantá-las, mas, segundo ele, os fãs têm fundamental importância no momento em que assume os vocais. “Quando tenho uma plateia que quer compartilhar comigo minhas emoções e belezas por meio de minhas canções, neste caso, adoro estar no palco”, assume.
Íntimo é o mais recente disco de Ivan Lins. Gravado em 2010, na Holanda, o projeto foi direcionado para o mercado holandês e internacional. Agora, ele está às vésperas de lançar outro CD, desta vez no Brasil. Trata-se de Amoragio, que sai em junho pela Som Livre.