Nesta terça-feira (12), em comemoração aos seus 10 anos de existência, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) abre a exposição O mundo mágico de Escher. A mostra, dedicada ao artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898 – 1972), reúne 95 obras, entre gravuras originais, desenhos e fac-símiles, incluindo todos os trabalhos mais conhecidos dele. O acervo – da coleção do Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Den Haag, na Holanda – estará distribuído entre as Galerias I e II do CCBB. Na sala Multiuso estarão experiências interativas que exemplificam os princípios aplicados nas obras e, nos jardins e no hall central, de intervenções óticas.
Segundo Pieter Tjabbes, curador da mostra, reunir tantos trabalhos do artista não foi fácil e, provavelmente, essa será a única oportunidade de apreciar tantas obras reunidas fora do museu. “As obras do Escher são muito raras e muito procuradas para exposições. Só existem três coleções no mundo. As gravuras são muito frágeis e o Haags Gemeentemuseum, que emprestou as obras originais, depois desta exposição, não poderá exibi-las por mais de quatro anos”, diz.
Escher ficou mundialmente famoso por representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. Sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de ótica, com notável qualidade técnica e estética, respeitando as regras geométricas do desenho e da perspectiva, é uma de suas principais contribuições para as artes. “Ele sempre fez questão de ressaltar que se considerava um artista gráfico. O questionamento de alguns críticos sobre sua obra ser ou não arte, para ele, era irrelevante. Escher era um gravador e desenhista com muito talento e muitos artistas já se inspiraram em suas obras ou temas”, ressalta o curador.
A mostra permitirá que o público passe por uma série de experiências que desvendam os efeitos óticos e de espelhamento que o Escher utilizava em seus trabalhos, como olhar por uma janela de uma casa e ver tudo em ordem e, em seguida, ver tudo flutuando por outra janela, ou, ainda, assistir a um filme em 3D que possibilitará um passeio por dentro das obras do artista gráfico. A expografia apresentará animações de algumas de suas gravuras.
Tudo na exposição foi pensado para que o público, de uma forma lúdica, atente para as dimensões visuais criadas por Escher. Um quebra-cabeça gigante, por exemplo, mostrará como ele se utilizava de imagens geométricas ou figurativas, unindo-as umas as outras, para criar gravuras que remetem ao infinito, comum em obras como em Menor e Menor (1956), o clássico Dia e Noite (1938) e Metamorphosis II (1940).
A mostra, que marca as comemorações pelo 10° aniversário do CCBB Brasília, fica montada por lá até dia 26 de dezembro. Depois, percorrerá os centros culturais do Rio de Janeiro e São Paulo.
O mundo mágico de Escher – De 21 de outubro a 26 de dezembeo, no CCBB (SCES, Trecho 02, lote 22). Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada Franca. Classificação livre. Mais informações: (61) 3310-7087.