Neste segundo módulo do Filosofia do Rock – Ano II, Márcia Tiburi e Nelson Motta nos apresentam a obra dos geniais e geniosos Rolling Stones, importantes ícones do Rock internacional, um grupo primoroso de músicos que vivem e criam intensamente e com liberdade.
Os Rolling Stones talvez sejam a banda mais representativa da cênica Rock’n Roll como afronta à moral, como deboche. Os parceiros de longa data formam uma das bandas mais importantes da história do rock mundial, ainda presentes e na ativa e, aparentemente, mais esvaziada de significados conceituais. Através de encenação de certa mística negativa, da profanação da metafísica por meio da liberdade do gozo corporal, a atitude do grupo dialoga com a obra de Georges Bataille e de toda a crítica da moral que entende o prazer como meio da emancipação humana.
Georges Bataille (1897 – 1962) é um escritor francês cuja obra se enquadra tanto no domínio da Literatura como no campo da Antropologia, Filosofia e Sociologia.O erotismo e a transgressão são temas recorrentes em seus escritos. A exemplo de A Parte Maldita, que busca a elaboração de um pensamento bastante distinto ao do liberalismo e ao do marxismo, correntes dominantes em sua época. Em outra obra de sua autoria, A Noção de Despesa, ele sustenta que o consumir, e não o produzir, que o despender e não o conservar, que o destruir em vez de construir, constituem as motivações primeiras da sociedade humana.
Esses temas são bastante ligados à mistíca e à linguagem do rock onde os Stones estão inseridos, que é a da música como um catalisador de uma certa necessidade de trangressão.
Mestre e Doutora em Filosofia, Marcia Tiburi está à frente dos encontros que terão como convidados alguns destaques do cenário da cultura nacional. Zélia Duncan abriu a série, no dia 25 de abril, e depois de Nelson Motta teremos ainda Thedy Corrêa, Leoni, Wander Wildner e Elisa Gargiulo.
Márcia comenta a proposta de sua curadoria, “o objetivo da série é provocar e instigar pensamentos sobre o que se ouve e se vê, percebendo o que há além de sons, letras e atitudes Rock’n Roll, quais as conexões com inconsciênte coletivo, com as questões que se tornaram decisivas quando apareciam apenas como mero entretenimento da juventude.”