Após um hiato de dois anos, O Rappa retorna com sua força poética para apresentação na Facita (Taguatinga Norte), este sábado, a partir das 20h. As bandas Etno, Trampa e 2Dub também se apresentam, completando o som da noite.
A atração mais aguardada está em circuito nacional com a turnê do DVD Rappa – Ao Vivo, gravado na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O show é um apanhado de todos os discos do quarteto carioca. O baterista Marcelo Lobato conta que, na época, a comunidade estava sob o comando do tráfico de drogas. “Foi um momento muito forte e emocionante. Tocamos dentro da comunidade. Parecia ser nas casas das pessoas. Quem não pôde entrar no show por conta da lotação subiu na laje para ver”, recorda.
O local em que a apresentação foi gravada não existe mais. Hoje é uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Novo álbum
Em agosto, os rapazes lançam o décimo álbum da carreira, ainda sem nome. Na última terça-feira, eles divulgaram o single Anjos (Nunca Tem Fim), a primeira música do trabalho.
“Estamos finalizando o CD. A gente demora para lançar coisa nova. Ficamos até um ano em estúdio gravando, mas é feito com carinho e honestidade”, destaca Lobato.
Os versos e refrões do Rappa ecoaram pelo País. O hit Minha Alma – que faz parte do repertório do show – fez e ainda faz muita gente pensar sobre o problema da violência. Outras questões, como a pobreza, drogas e outras mazelas da sociedade, servem de inspiração para as letras das canções do grupo.
Reinauguração
O espetáculo também marca a volta da Facita. Com um espaço de cara nova, a apresentação faz as honras da casa, estreando o local para receber diversas atrações. “A nova diretoria da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), que dirige a Facita, está buscando eventos culturais que deixem um legado para o povo da cidade. Trabalharam em um processo de revitalização. A área está pronta para receber os mais diversos eventos. Então resolvemos apostar nisso e levar o show para lá”, conta o produtor Cristiano Porfírio.
Som do projeto paralelo
Em meio a trabalhos paralelos, os integrantes do Rappa se deleitam em outras vertentes musicais. Exemplo disto é o Afrika Gumbe, projeto concebido pelos irmãos multiinstrumentistas Marcelo e Marcos Lobato, integrantes da banda, em parceria com o músico Pedro Leão. O trio mescla musicalidade africana com guitarras, batidas eletrônicas e música pop. “Tenho respeito e paixão pela música africana”, declara Marcelo.
O projeto se apresenta de acordo com as brechas na agenda do Rappa. “É uma coisa despretensiosa, dá um frescor. É preciso se alimentar de outros sabores”, diz.
Histórias
Para gravar o primeiro disco, os rapazes passaram por poucas e boas. Os irmãos venderam um carro antigo que tinham para pagar um curso para aprender a falar em iorubá, idioma predominante na Nigéria. Em 1989, puderam gravar o álbum e, em 2011, 21 anos depois, eles lançaram o segundo trabalho, Meu Refrão Inquieto, gravado em português e produzido de forma independente.
Nesta quinta-feira, eles fazem show no América Rock Club (Pistão Sul), a partir das 21h. Os ingressos custam R$ 15. Informações: 3352-0920. Não recomendado para menores de 18 anos.