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Música

Guilherme Cobelo mistura tradição e vanguarda em “Caubói Astral”

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, Cobelo compartilhou detalhes sobre o processo criativo e as inspirações que moldaram o disco

Tamires Rodrigues

22/10/2024 9h00

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Foto: Divulgação/Hélio Miranda

O cantor e compositor Guilherme Cobelo, conhecido por liderar a banda Joe Silhueta, lança nesta terça-feira (22), seu primeiro álbum solo, “Caubói Astral”. Disponível nas principais plataformas de streaming, o trabalho é o resultado de quase uma década de maturação. A obra mistura sonoridades do sertão nordestino com influências contemporâneas e experimentais. Em dezembro, ele faz o show de lançamento do álbum em Brasília. Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, Cobelo compartilhou detalhes sobre o processo criativo e as inspirações que moldaram o disco.

“Lançar este álbum agora está sendo, de certo modo, um reencontro comigo mesmo”, reflete Cobelo, revelando como o projeto nasceu paralelamente à ascensão da Joe Silhueta. Enquanto o grupo circulava por festivais e ganhava reconhecimento, o disco solo seguia sendo desenvolvido lentamente. “Com a pandemia, percebemos que era o momento de retomar esse álbum e começar essa nova etapa. É como se, agora, o cavalo finalmente criasse asas”, diz ele, referindo-se à faixa “Trotamundo”, que inspira o nome do disco.

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Foto: Divulgação/Hélio Miranda

A Chapada dos Veadeiros e a convivência com artistas locais como Sabiá Canuto também moldaram o álbum. “Essas canções nasceram das viagens para São Jorge e do contato com violeiros e poetas no encontro de culturas. Foi um período em que aprendemos muito sobre os ritmos tradicionais”, conta Cobelo. A atmosfera cultural do Centro-Oeste, somada às influências literárias de Guimarães Rosa e Ariano Suassuna, ganha vida nas faixas do disco, que alternam entre aboios, xotes e emboladas, criando uma fusão sonora que dialoga com o movimento udigrudi pernambucano.

Colaborações e produção cuidadosa

Com produção assinada por Munha da 7, integrante do Satanique Samba Trio, e gravação nos estúdios Cobra Criada e Refinaria, o álbum traz arranjos elaborados e sonoridades incomuns. “Munha e Jota Dale foram essenciais para dar ao disco essa identidade experimental. Eles preservaram a estrutura das canções, mas também adicionaram uma roupagem inusitada que adoro”, comenta Cobelo. Músicos como Sombrio da Silva, Hélio Miranda e George Lacerda também participaram das gravações, contribuindo com sanfona, clarineta e percussão. A capa é uma criação de Ale Linden, baseada em pinturas de Renato Rios, enquanto a masterização ficou a cargo de Arthur Joly.

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Foto: Divulgação/Tamara Habka

A experiência de Cobelo com trilhas sonoras para teatro e cinema também permeia o projeto. “Minhas letras têm um apelo visual muito forte, são músicas para serem imaginadas, vistas enquanto ouvidas”, explica o artista. Essa capacidade de criar paisagens sonoras reforça a proposta do álbum como uma viagem por universos míticos e oníricos, onde realidade e fantasia se misturam.

A expectativa para o show em Brasília e a recepção nas plataformas

O show de lançamento em dezembro promete ser um evento especial, com possíveis participações ainda não reveladas. “Brasília é minha terra, meu abismo e meu delírio. Estamos preparando um ritual para iniciar essa galopada astral. Quem já ouviu o álbum vai perceber que as músicas ao vivo ganharam novos contornos, como se tivessem sido curtidas e apuradas”, antecipa Cobelo.

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Foto: Divulgação/Tamara Habka

Com um disco conciso, de pouco mais de 20 minutos, o artista espera que o público mergulhe na experiência completa. “Este é um convite ao galope no lombo da quimera. Espero que as pessoas escutem, se deixem surpreender e compareçam aos shows para conhecer de perto essas canções que tanto significam para mim. Venham!”, convida ele, deixando claro que a jornada de “Caubói Astral” apenas começou.

Confira o álbum:

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