A recém-criada Choro Popular Orquestra inicia sua primeira temporada de shows no Distrito Federal neste mês, com quatro apresentações ao lado de artistas de renome nacional e internacional. Neste fim de semana, na sexta (9/8) e sábado (10/8), a orquestra estará no Espaço Cultural do Choro, onde dividirá o palco com músicos como o trompetista Silvério Pontes, o acordeonista Bebê Kramer, o vocalista Alexandre Carlo (Natiruts), o gaitista Pablo Fagundes, e a cantora Joana Duah. Nos dias 15 e 16 de agosto, a orquestra segue para o Sesi Taguatinga, acompanhada pelo maestro e saxofonista pernambucano Spok. Com entrada gratuita e ingressos disponíveis online, os shows prometem ser um marco na cena cultural de Brasília.
Para acompanhar as apresentações no Clube do Choro é preciso retirar ingressos na Bilheteria Digital para os shows dos dias 09/08 (sexta-feira), 10/08 (sábado), 15/08 (quinta-feira) e 16/08 (sexta-feira). A entrada é por ordem de chegada e mediante a lotação dos espaços. No Sesi Taguatinga, além do ingresso digital, é preciso contribuir doando 1kg de alimento não perecível.
Joana Duah, cantora e compositora brasiliense que se destaca por sua versatilidade ao transitar por diversos gêneros musicais como o samba, baião, choro e jazz, participa desses shows com grande expectativa. Em entrevista ao JBr, ela compartilhou sua profunda conexão com o choro, uma influência que remonta à sua infância. “O choro faz parte da minha vida há muitos anos. A música instrumental brasileira faz parte da minha formação e referência. Sou sobrinha do Reco do Bandolim e cresci ouvindo-o tocar choro em casa aos fins de semana. Conheci muitos temas, autores e compositores do choro brasileiro por meio do bandolim dele, e isso é algo que faz parte da minha vida,” relembra Joana.
A cantora destacou ainda suas principais influências no gênero, mencionando grandes nomes da música brasileira. “A grande referência para mim é Ademilde Fonseca, mas também Carmen Miranda e Elizeth Cardoso, que exploraram esses caminhos. O choro foi cantado por muitas mulheres. Hoje, admiro muito o trabalho de contemporâneos como Zé Paulo Becker, Luís Barcelos e Pedro Franco. Gilberto Gil também é uma inspiração essencial para mim. A convivência com o Rogerinho Sete Cordas, que é um compadre de muitos anos e amigo de longa data, acabou me aproximando mais desse ambiente. E, claro, o Hamilton de Holanda, cuja convivência aqui em Brasília foi uma oportunidade de aprendizado.”
Joana viveu por quatro anos em Nova Iorque, onde se graduou em Artes e Performance Musical pela New School University. Ela também morou por duas décadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Hong Kong. Cantou em festivais de Jazz e World Music em Dubai, Tel Aviv, Buenos Aires, Lima, São Paulo e Roma. Já se apresentou ao lado de grandes nomes da MPB como Guinga, João Bosco, Dominguinhos, João Donato, entre outros. “A linguagem do jazz é um tipo de vocabulário que se misturou com muitos gêneros e está muito presente na música brasileira. Participar de festivais de jazz tocando música brasileira é sempre uma experiência enriquecedora, pois cada encontro com artistas internacionais traz novas inspirações, então são experiências inesquecíveis”, explica.

Sobre sua participação na estreia da Choro Popular Orquestra, Joana expressou a admiração pelo trabalho do grupo e pelo repertório cuidadosamente selecionado. “É um trabalho lapidado por uma orquestra que está dedicada a ensaiar um repertório de choro e que domina o que faz. Todos os músicos envolvidos têm o choro como referência desde a sua origem. Então, estou chegando para colaborar com meu vocabulário mais versátil da música brasileira e somar esse tempero com eles. Será uma grande festa, produzida com muita competência, muito compromisso com a música brasileira e muito amor pelo choro”, garante a artista.
Joana também comentou sobre o desafio de interpretar novas músicas, mesmo dentro de um gênero já familiar. “É sempre desafiador aprender músicas novas, mesmo em um gênero que já conhecemos. Aos 30 anos de carreira, minha maior preocupação é comunicar e trazer beleza, mais que impressionar com técnica. Quero me comunicar com as pessoas. Para isso, há muito trabalho por trás, muito ensaio, muito estudo.”
Além de suas apresentações com a Choro Popular Orquestra, Joana está prestes a lançar seu terceiro álbum, uma exploração profunda da música brasileira, com a colaboração de de novos e renomados compositores. “Este trabalho conta com a participação do violonista Lula Galvão, do guitarrista Rodrigo Bezerra, da flautista Thanise Silva, e da baixista Paula Zimbres. É uma nova formação de banda, sem percussão e sem bateria, algo inédito na minha carreira,” revelou Joana.
Para Joana, as apresentações em Brasília têm um significado especial. “Depois de tantos anos morando e me apresentando em diferentes continentes, Brasília é o lugar que mais me deixa nervosa. É uma cidade que considero muito no meu coração, e sempre há uma plateia de amigos e pessoas da música que admiro.”
A estreia da Choro Popular Orquestra em Brasília é, sem dúvida, uma celebração da música instrumental brasileira, destacando o talento e a dedicação de seus participantes, como Joana Duah, que promete encantar o público com sua voz e paixão pelo choro. A proposta da Orquestra visa a realização de projeto artístico-cultural de capacitação de uma orquestra popular permanente e inovadora com foco na preparação de profissionais por meio de ensaios, aulas e apresentações que possibilitem estimular a economia criativa local.