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Música

Afrofuturismo e ancestralidade marcam novo disco de Flávio Marciano

Disco une ritmos afro-brasileiros e estética sci-fi em oito faixas autorais

Alexya Lemos

04/07/2025 11h49

flavio marciano foto isabelle almeida1

Foto: Isabelle Almeida/ Divulgação

Inspirado pelo afrofuturismo e pelas sonoridades afro-brasileiras, o cantor e compositor mineiro Flávio Marciano lança seu primeiro disco, Muito Além de Mim, já disponível nas principais plataformas digitais.

Produzido em Alto Paraíso de Goiás, o álbum reúne oito faixas autorais que evocam ancestralidade, espiritualidade e visões de mundo centradas na vivência preta e nas possibilidades de um futuro reinventado.

A obra propõe uma fusão entre tradição e modernidade, atualizando ritmos afro-brasileiros como o ijexá, o alujá e o maracatu com elementos da soul music, do blues e da música eletrônica. “Incorporei bastante groove neste trabalho a partir de claves rítmicas de músicas de terreiro vinculadas a timbres de guitarras e sintetizadores”, explica o artista.

Com sete faixas inéditas e o single Atemporal — lançado em 2024 e já acompanhado de um videoclipe de animação — o álbum costura temas como tempo, superação, fé, afetividade e memória. Entre os destaques estão a faixa de abertura Carmesim, espirituosa e sensível; Muito Além de Mim, que carrega a filosofia de Iroko, orixá do tempo; e Volta, a principal música do disco, uma love song com forte groove soul que ganha videoclipe inédito em julho.

Além de cantar, Flávio assina a produção musical, os arranjos e toca violão, baixo e guitarra no álbum. O trabalho conta ainda com participações de artistas que movimentam a cena musical de Alto Paraíso, como Lua Castanho, Marinho, Conrado Pera, Raphael Mosquito e Viviane Marques.

Fruto do Edital de Música da Política Nacional Aldir Blanc, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura de Goiás (Secult-GO), o disco marca um novo momento na carreira de Flávio Marciano, que desde 2016 vive na Chapada dos Veadeiros.

Nascido em Uberlândia (MG), o artista transita entre raízes afro-brasileiras e o universo estético das HQs distópicas, construindo um som que reflete a multiplicidade da identidade preta.

“Quando crio a partir de um afrofuturismo brasileiro, busco sair do lugar comum”, diz Flávio. “Temos muito para falar sobre nós.”

Com Muito Além de Mim, Flávio Marciano inaugura uma trajetória fonográfica densa, dançante e visionária, um convite para pensar o tempo e a existência preta a partir de uma escuta sensorial e política.

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