Menu
Viva

Museu Nacional recebe exposição de arte e manifesto pela cor negra

Arquivo Geral

09/05/2012 9h37

Da Redação
cultura@jornaldebrasilia.com.br

O Museu Nacional (Esplanada dos Ministérios) abriga uma mostra com 55 obras do carioca que se tornou um dos nomes mais importantes das artes plásticas de Brasília: Willy Bezerra de Mello, ou Olumello, como é mais conhecido. A exposição é a primeira após a morte do artista, em março deste ano. Ele dedicou seus trabalhos a retratar e lutar pela causa dos negros e pobres.divulgação

Apesar do talento, antes de se tornar artista, Bezerra de Mello pensou em investir ma carreira de boxeador. Desencorajado pelo pai, abandonou os ringues e começou a se interessar por arte e arquitetura. Logo fez parte da equipe do arquiteto Oscar Niemeyer.

O artista mudou-se para Brasília antes mesmo da inauguração da cidade, em 1958. Logo houve uma identificação com o cerrado e, apesar de não estar diretamente presente em suas obras, a capital influenciou seu trabalho. Ao chegar aqui, Olumello sentiu a necessidade de fazer um retrato positivo do povo. “Ele era mais daqui do que muita gente que nasceu que nasceu aqui. A relação dele com Brasília era intrínseca”, afirma o curador da mostra, Nelson Fernando Inocêncio da Silva, especialista em trabalhos sobre consciência negra.

Na capital, Olumello esteve presente no Salões de Arte Moderna do Distrito Federal desde a primeira edição, em 1964, onde recebeu o prêmio por referências especiais. Também foi o diretor técnico responsável pela equipe de montagem do Teatro Nacional Claudio Santoro.

Estilo
Por vezes comparado a Athos Bulcão e Rubens Valetim, Olumello acreditava que a arte precisa estar desvinculada de valores estéticos para destacar a diversidade cultural. Assim, fez um estilo único. “Ele conseguiu construir uma poética própria. Conseguiu criar uma personalidade em suas obras. Mesmo que não tenha assinatura, é possível reconhecer a obra dele”, diz o curador.

O público poderá apreciar 40 anos de trabalho com desenhos em guache, nanquim, lápis aquarelado e outras técnicas, que dividem o trabalho do artista em três fases. A primeira delas é voltada para a arquitetura das favelas. A segunda, de forma figurativa, revela o cotidiano dos trabalhadores e dos povos negros. Na terceira fase, que o curador destaca, o artista passou a apostar no abstrato. Essas divisões resultaram em uma mostra diversificada. “São desenho arquitetônicos, realidade dos negros, figuras humanas com representação da mulher negra e abstração geométrica”, descreve Nelson Fernando.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado