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Viva

Museu da República reúne obras do pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín

Arquivo Geral

01/08/2012 12h17

“Sua obra é um grito desesperado pela paz e um não à violência. É uma mensagem em favor da paz, dos humildes.”
As palavras são de Pablo Guayasamín para definir o trabalho do pai, o pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín, que terá 379 obras expostas no Museu da República a partir do dia 10 de agosto de 2012.divulgação

 

Pablo é presidente da Fundação que leva o nome do pai e quem cuida pessoalmente das peças criadas pelo principal nome do expressionismo da América Latina.

Na abertura das dezenas de caixas com as obras que serão expostas em Brasília, o filho do pintor acompanhou cada detalhe. Um cuidado que vai além da preservação material. É a preservação da memória daquele que lutou ao lado dos oprimidos contra as barbáries ditatoriais e que defendeu com vigor a liberdade do seu povo.

“Ele era socialista, militante de esquerda, mas sem filiação partidária. Preferia assim, porque prezava sua independência”, conta o filho.

Um a um os quadros são retirados das caixas. Envoltos em tecidos brancos, são levados para a sala de exposição com a ajuda de Pablo.

Um dos mais belos é também triste: “Lágrimas de Sangue”, uma homenagem a três chilenos perseguidos pela ditadura do general Augusto Pinochet: Salvador Allende, Pablo Neruda e Victor Jara.

As mão levadas ao rosto de onde correm as lágrimas de sangue que dão nome à obra representam a máscara do silêncio imortalizada no tempo, ocultando a verdade que está na arte de fazer política e literatura, e na canção da vida.

Entre os três, Jara teria sido o mais cruelmente perseguido. Músico, alguns afirmam que ele teve as mãos cortadas para que não pudesse mais tocar qualquer instrumento.

Tem ainda “Hoy Paro”, um dos quadros mais antigos, de 1940, que mostra o desespero de uma mãe tentando salvar seu filho da violência e perseguição policial aos que defendiam os direitos constitucionais dos trabalhadores equatorianos.

Outro trabalho que promete chamar a atenção é o retrato de JK pintado por Guayasamín. “Meu pai era amigo de JK, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Na época da construção de Brasília, os quatro viajavam juntos. É muito importante essa volta do meu pai ao Brasil”, conta Pablo.

É assim, com referências e homenagens, que a mostra “Guayasamín – Continente Mestiço” pretende revelar aos visitantes o que o pintor equatoriano manifestava em seu grito pela paz.
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