Sabe aquele seu artista favorito? E se você tivesse a chance de vê-lo bem de pertinho? Aqui em Brasília, artistas profissionais e pessoas comuns fazem sucesso incorporando personalidades famosas. Estudam suas vidas, compõem o figurino, ensaiam trejeitos e vozes, e tentam ganhar a vida personificando celebridades.
O brasiliense Nobu Kahi largou o curso de Agronomia para se dedicar às artes. Durante a febre do hit Gangnam Style, do sul-coreano Psy, ele produziu uma paródia do clipe e fez sucesso no YouTube e na televisão. Agora, por onde passa é reconhecido como o Psy do Cerrado.
“Em toda balada que vou, as pessoas pedem para o DJ tocar a música. Sempre acabo tendo que dançar os passinhos”, comenta Nobu. ”Quando coloco o figurino, deixo de ser o Nobu e me transformo no Psy. No clipe ele não sorri, por isso fico sempre sério em todas as apresentações ou foto que faço dele”.
O rapaz caiu no gosto do povo, e foi convidado para fazer algumas participações no programa Legendários, da Record. Durante o Carnaval, ele chegou a ser contratado por algumas empresas de turismo para animar os festejos em Porto Seguro, na Bahia. “Foi muito bacana, eu tinha até alguns seguranças para me proteger. É uma brincadeira da vida ser sósia de alguém”, filosofa Nobu.
Rock, brilho e guitarras
Elvis ainda não deixou o palco. Há dez anos, o paulistano Bonfim Netto, que já mora na capital há sete anos, revive a figura de Elvis Presley. Tudo começou com um espetáculo, o rei do rock aparecia em determinados momentos de uma peça, composta e interpretada por Bonfim. O quadro fez tanto sucesso que o artista decidiu incorporar o astro para ganhar a vida. “Me sinto pleno em interpretar o Elvis. Consigo levar sua alegria para as pessoas”, conta Bonfim.
Em cena, Bonfim só se comunica com a plateia em inglês, mas arrisca algumas palavras em português, carregando no sotaque norte-americano. “Faço os figurinos de acordo com suas fases e combino com o momento que estou vivendo. Estou mais magro. Por isso, atualmente apresento a fase de Elvis aos 30 anos, época em que se vestia com a roupa de couro preta”, explica.
Anos de trabalho dedicados a imitar famosos
A excêntrica cantora Lady Gaga dá o ar da graça sempre que requisitada na balada brasiliense. Na pele da norte-americana, a atriz Luíza Lapa anima algumas edições da festa Let’s Club, na boate Victoria Haus (Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte). “Ao me arrumar para apresentar um musical, percebi o quanto estava parecida com a Gaga. Aderi o número aos meus trabalhos e deu super certo”.
Aos 23 anos, Luíza trabalha profissionalmente desde os 16, e há três anos se veste de Lady Gaga. Todo o figurino recebe atenção especial. Em média, ela demora cerca de uma hora para se maquiar, mas já houve casos de se dedicar por três horas somente para a make. “Interpretar é uma sensação maravilhosa. Fazer uma pessoa com uma personalidade diferente é ótimo. Ainda mais a Gaga, que é completamente estranha”, brinca a jovem, que também imita Madonna e Fergie.
Travestido de rei
Desde os 13 anos, o bioquímico Allan Mariz interpreta Roberto Carlos. Ele descobriu a paixão pelo artista ao aprender a tocar violão com os sucessos da época. “Ele é uma pessoa maravilhosa, sempre romântico”, elogia.
Há 31 anos na cidade, Allan se apresenta todo final de semana. “Quando canto, as pessoas se emocionam. Me esforço para ser o mais fiel possível e ser sempre especial. Quando coloco o terno fico mais parecido com ele. As pessoas até pedem para tirar foto”, finaliza.
