O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe a mostra Descobrindo o Cinema Filipino, de 13 julho a 1º de agosto, com a curadoria de Raphael Mesquita e Leonardo Levis. Após temporadas nos centros culturais de São Paulo e Rio de Janeiro, chegou a vez da capital federal conhecer melhor o cinema deste país que vem recebendo cada vez mais destaque e já foi premiado em festivais como o de Cannes e o de Veneza.
A mostra reúne 30 filmes, entre longas e curtas-metragens, e abrange várias gerações de cineastas, desde Lino Brocka, presente com Manila nas Garras de Neon, até os contemporâneos Khavn De La Cruz e Brillante Mendoza, que assinam respectivamente Adeus, Minha Estrela Cadente e Serbis.
Raphael Mesquita afirma que os filmes escolhidos primam pela exploração das ferramentas tecnológicas e por sua relevância social. Ele acrescenta que é rara a exibição de um filme filipino nas salas brasileiras, tanto no circuito comercial quanto em festivais ou mostras.
Para quem pretende assistir aos filmes, descanso e preparo mental serão necessários. Alguns longas são muito extensos. Evolução de uma Família Filipina, do diretor Lav Diaz, por exemplo, mostra, em 643 minutos, a saga da pobre família Gallardo, que vive em uma comunidade rural das Filipinas. Melancolia, do mesmo diretor, conta a história de três personagens que assumem diferentes identidades para escapar de uma vida de dor e sofrimento em 441 minutos.
Os cineastas representados em Descobrindo o Cinema Filipino são radicais, experimentais, trabalham com pouco dinheiro e muitas ideias. “Seus filmes exploram não só as facilidades financeiras do uso do digital, como as técnicas, incluindo o uso da longuíssima duração (em especial nos filmes de Lav Diaz), a mobilidade e a facilidade de finalização”, diz Leonardo Levis. Para ele, a obra filipina possui muitas semelhanças temáticas com as produções nacionais, já que “retratam um mundo de diferenças sociais e procuram formas de investigar e transformar esta situação”. A pobreza, o domínio estrangeiro, a condição inferior da mulher e a violência em geral são alguns dos assuntos abordados pelos filmes. Porém, ele completa que as diferenças de produção são significativas. As obras filipinas independentes – representada na mostra – são filmadas e finalizadas com baixos orçamentos e ainda assim são reconhecidas por sua qualidade.
No dia 28 de julho será realizado um debate com intuito de refletir sobre os filmes vistos, assim como sobre suas propostas estéticas e práticas. Participam desta conversa os curadores Leonardo Levis e Raphael Mesquita, o programador do Indie Festival, Eduardo Cerqueira, o cineasta Ricardo Pretti e o crítico de cinema Filipe Furtado.
Descobrindo o Cinema Filipino – De 13 de julho a 1º de agosto, de terça a domingo. No Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2 Conjunto 22). Ingressos a R$ 4. Informações: 3310-7087. Consultar horários e classificação indicativa na programação abaixo.
Programação
13 de julho
16h30 – Manila nas Garras de Neon (16 anos)
19h – Manila nas Entranhas da Escuridão (16 anos)
20h30 – Serbis (18 anos)
14 de julho
15h30 – Refrões Acontecem como Revoluções numa Canção (12 anos)
18h – Lagarto (Livre) + A Grande Fumaça (Livre) + Eternidade (Livre) + Um Estudo para os Céus (Livre) + Sombras (Livre)
19h30 – Manila by Night (16 anos)
15 de julho
16h – Adeus, minha Estrela Cadente (12 anos)
18h – Pesadelo Perfumado (12 anos)
20h – Todo Todo Teros + Hai, Eles Reciclam Corações Partidos em Tóquio para que não Haja Desperdício (14 anos)
16 de julho
14h – Melancolia. Sessão exibida com dois intervalos de 15 minutos e 30 minutos (14 anos)
17 de Julho
15h30 – A Ilha no Fim do Mundo (Livre) + Projeções de Vida (Livre)
17h30 – Insiang (16 anos)
19h30 – Vida Longa ao Cinema Filipino (Livre) + Salat (12 anos) + Coisas muito Específicas à Noite (12 anos) + Borboletas não Têm Memória (12 anos). Sessão seguida de conversa com John Torres.
18 de julho
15h – Milagre (16 anos)
18h30 – Um Pequeno Filme sobre o Índio Nacional ou a Prolongada Agonia dos Filipinos (Livre)
20h30 – Independência (14 anos)
20 de julho
17h – Adeus, minha Estrela Cadente (12 anos)
18h30 – Todo Todo Teros (14 anos) + Hai, Eles Reciclam Corações Partidos em Tóquio para que não Haja Desperdício (14 anos)
20h30 – Independência (14 anos)
21 de julho
16h – Manila (14 anos)
18h – Adela (14 anos)
20h – Lola (16 anos)
22 de julho
14h30 – Em cartaz. Sessão exibida com intervalo de 20 minutos (14 anos)
20h – Insiang (16 anos)
23 de julho
16h30 – Irmã Stella L. (16 anos)
18h30 –Lagarto (Livre) + A grande Fumaça (Livre) + Eternidade (Livre) + Um Estudo para os Céus + Sombras (Livre)
20h – Vida Longa ao Cinema Filipino (Livre) + Salat (12 anos) + Coisas muito Específicas à Noite (12 anos) + Borboletas não têm memória (12 anos)
24 de julho
10h – Evolução de uma família filipina. Sessão exibida com dois intervalos de 30 minutos (14 anos)
25 de julho
15h – Manila nas Garras de Neon (16 anos)
17h30 – Manila by Night (16 anos)
20h30 – Manila (14 anos)
27 de julho
14h – Melancolia. Sessão exibida com dois intervalos de 15 minutos e 30 minutos (14 anos)
28 de julho
16h30 – Um Pequeno Filme sobre o Índio Nacional ou a Prolongada Agonia dos Filipinos
18h30 – Kinatay (18 anos)
20h30 – Debate A História e a Estética do Cinema Filipino (um diálogo possível com o cinema brasileiro?)
29 de julho
17h – Manila nas Entranhas da Escuridão (16 anos)
18h30 – Vida Longa ao Cinema Filipino (Livre) + Salat (12 anos) + Coisas muito específicas à Noite (12 anos) + Borboletas não Têm Memória (12 anos)
20h – Pesadelo Perfumado (12 anos)
30 de julho
15h – Adela (14 anos)
17h – Em Cartaz. Sessão exibida com intervalo de 20 minutos (14 anos)
31 de julho
16h – Irmã Stella L. (16 anos)
18h – Lagarto (Livre) + A Grande Fumaça (Livre) + Eternidade (Livre) + Um Estudo para os Céus (Livre) + Sombras (Livre)
19h30 – Refrões Acontecem como Revoluções numa Canção (12 anos)
1º de Agosto
15h30 – A ilha no Fim do Mundo (Livre) + Projeções de Vida (Livre)
17h30 – Milagre (16 anos)
20h – Um Pequeno Filme sobre o Índio Nacional ou a Prolongada Agonia dos Filipinos (Livre)