Ezequiel Neves, jornalista e produtor musical, morreu nesta quarta-feira no Rio de Janeiro aos 74 anos. Zeca, como era conhecido, convivia há cinco anos com um tumor benigno no cérebro, enfisema e cirrose. O produtor estava internado desde janeiro e faleceu no mesmo dia em que se completa 20 anos da morte de Cazuza, o astro que ajudou a começar a carreira e com quem divide muitas composições.
O produtor foi responsável por convencer João Araújo, então presidente da gravadora Som Livre e pai de Cazuza, a lançar o músico e sua banda. Zeca, como era chamado, coproduziu os discos do Barão Vermelho e da carreira solo de Cazuza, além de participar na criação de clássicos como Codinome Beija-flor e Exagerado.
Uma de suas últimas produções foi a biografia do Barão Vermelho, em parceria com o jornalista Rodrigo Pinto e um dos fundadores do grupo, o músico Guto Goffi. Zeca também escreveu os encartes para relançamentos de discos históricos de Erasmos Carlos e Naná Vasconcelos.
Ezequiel nasceu no dia 30 de novembro de 1935, em Belo Horizonte. Desde jovem ele se envolveu com a cultura, escrevendo para a revista literária Complemento e participando do Clube de Cinema, do Teatro Experimental e outros grupos artísticos da cidade.
Ele começou a carreira como ator, indo para São Paulo em 1965, após atuar em Sonho de Uma Noite de Verão de Shakespeare. O disco de estreia do grupo The Doors o fez trocar o teatro pela música e, no fim dos anos 60, ele passou a ser crítico musical no Jornal da Tarde.
