Articulando centro e periferia, popular e cultura pop, ritmos locais e rock-and-roll, o Mangue Beat foi uma das principais manifestações artísticas dos anos 1990. Qual a importância desse movimento para a nova MPB? Para responder a esta pergunta, na terça, 27 de novembro, às 19h30, o Centro Cultural Banco do Brasil reúne os músicos Fred Zero Quatro e Moraes Moreira. O encontro é gratuito e a mediação é do poeta Nicolas Behr.
Sarau de Idéias teve início em maio, com o objetivo de discutir alguns dos principais movimentos e manifestações culturais ocorridos no Brasil, a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. Entre os artistas e intelectuais que participaram do projeto estão Alice Ruiz, Antonio Cícero, Capinan, Chacal, Cid Campos, Iara Rennó, Fausto Fawcett, Guinga, Jards Macalé, Marcos Augusto Gonçalves, Miúcha, Roberto Menescal e Wado.
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, Fred Zero Quatro chegou a ingressar no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8). No início dos anos 1980, descobriu o Punk Rock e montou sua primeira banda, o Trapaça. Posteriormente, formou o Mundo Livre S/A e, nos anos 1990, se aproximou de Chico Science e Jorge Du Peixe. Juntos fundaram o movimento Mangue Beat, cujo primeiro registro foi feito por Zero Quatro: o Manifesto Mangue. Com o Mundo Livre S/A, o músico gravou oito CDs e recebeu das mãos do então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, e do presidente Lula a Ordem do Mérito Cultural, em show de 2005, no Palácio do Planalto. O último trabalho de Zero Quatro com o Mundo Livre S/A, Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa, recebeu o prêmio de Melhor Disco da Música Brasileira, em 2012.
Moraes Moreira é cantor, compositor e instrumentista. Gravou seus primeiros discos no início da década de 1970, com os Novos Baianos, entre eles o clássico Acabou Chorare, que está completando 40 anos. Em 1975, iniciou carreira solo, embalado pelo sucesso de Pombo Correio, composta em parceria com Dodô e Osmar — inventores do trio elétrico, do qual Moraes foi o primeiro cantor. Do início até hoje, gravou quarenta discos, com aproximadamente quinhentas músicas. Compôs sucessos como Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, Forró do ABC e Preta Pretinha. Em 2009, lançou livro, CD e DVD A História dos Novos Baianos e Outros Versos. Seu segundo livro, Sonhos Elétricos, onde revela sua vivência com Dodô, Osmar e Armandinho, foi lançado este ano.
