Guilherme Lobão
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Em entrevista ao Jornal de Brasília, o diretor de programação do Espaço Unibanco de Cinema, Adhemar Oliveira, mostrou-se bem animado com a instalação do seu conceito arteplex em Brasília. Para quem não sabe, este será o novo operador do lugar deixado pelo Embracine no Shopping CasaPark.
Até o dia 30 de outubro o complexo estará em pleno funcionamento, com oito salas. “Mas devemos expandir para mais duas futuramente”, avisa Adhemar. “A ideia do cinema é que ele seja aberto para a comunidade. Essa é a filosofia que tentamos trabalhar e dar nossa contribuição, no sentido de formação de plateia”, diz.
Adhemar é muito conhecido no meio do cinema brasileiro como militante da causa. Cineclubista desde os anos 80, integrou até a comissão do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e agora atende o apelo do público cinéfilo brasiliense, que depende hoje exclusivamente de blockbusters (sejam eles internacionais, como Harry Potter e Capitão América, como nacionais, a exemplo de Cilada.com e Assalto ao Banco Central).
O conceito do Espaço Unibanco segue um modelo parecido com o que foi adotado pelo Embracine, nos seus primeiros anos de funcionamento: equilibrar as projeções hollywoodianas com produções de arte ou alternativas. “O conceito é arteplex. Vamos trabalhar com os blockbusters e teremos programação infanto-juvenil e de filmes independentes. Haverá momento em que de quatro a cinco filmes serão de arte e outros em que elas vão encolher por conta da demanda, como em janeiro e julho”, detalha.
Projeções
A tecnologia está incluída no pacote. “Vamos ter o 3D, a projeção digital de ponta; som, tela e equipamentos que nós vamos buscar com a melhor qualidade do mercado”. Até porque Adhemar é conhecido pelo pioneirismo do Espaço Unibanco de São Paulo, que lançou a primeira sala Imax (tela gigante) do País.
O diferencial desta iniciativa em Brasília, contudo, é mesmo o conteúdo exibido. “Queremos horizontalizar a programação. Às vezes um filme fica uma semana e sai de cartaz. Nós queremos que permaneça por mais tempo, para que as pessoas possam assistir. Temos feito isso há mais de um ano e tem dado resultado”, garante.
“O casamento do nosso estilo com Brasília, pelo que conheço, é perfeito. Vamos pensar nessa democracia, em permitir a convivência de estilos. Mas quem impõe isso é a própria população que frequenta”, acrescenta.
As projeções de Adhemar para o futuro do mercado exibidor (ainda concentrado nas capitais e grandes cidades) são positivas. “O mercado está crescendo. A perspectiva é boa, porque ações estão sendo tomadas, como a criação do Cinema Perto de Você. Ultimamente estou esperançoso”, exemplifica.