Com a mudança provisória de sede para a construção de um novo prédio, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF trouxe à tona memórias de décadas de história e lutas. Com isso, o jornalista Luís Turiba e o produtor audiovisual Maxtunay França decidiram coordenar um documentário que resgatasse histórias e causos do Sindicato. Depois de 10 meses de trabalho, surgiu o vídeo Memória do Sindicato, cujo primeiro capítulo foi lançado nesta terça-feira, às 19h30, no SESC do Setor Comercial Sul.
Entre imagens da derrubada da antiga sede, no Setor Gráfico, do clube da imprensa, e de fotografias de confraternizações dos jornalistas, os profissionais da “velha-guarda” do DF e os antigos membros da diretoria relembram como era a rotina no sindicato e na profissão. Apesar do subtitulo “O Papel do Sindicato na Redemocratização do País”, os relatos contidos no documentário extrapolam a questão política.
Em meio à luta diária para fechar edições dos jornais locais ou das barreiras impostas aos correspondentes em Brasília, havia a organização e descontração dos jornalistas. Assim, os profissionais que passaram pela ditadura militar relatam também as reuniões no Clube da Imprensa, a criação do bloco de carnaval Pacotão, e as reuniões no Bar Boldo, que ficava junto à sede.
Apesar de tratar-se de uma reunião de memórias capaz de parecer nostálgico, o documentário não é uma ode ao saudosismo. Pelo contrário. “Este trabalho remete ao futuro. Apesar de ser um vídeo todo no ritmo da máquina de escrever, que não usamos mais, buscamos um movimento maior. O principal louvor deste vídeo é a nova geração de jornalistas conhecer o que foi o sindicato. Conhecer o tipo de lutas que enfrentou, as lideranças, e abrir espaço para achar um caminho novo”, declara Luís Turiba, um dos organizadores do documentário.
Segundo Turiba, podem surgir novos capítulos para o documentário, além de livros e exposições. “Tive muita dificuldade de achar imagens e documentos sobre a história do sindicato. Acho que devemos disponibilizar mais informações sobre este sindicato que teve uma diretoria progressista em plena ditadura militar”, conclui. Durante a noite de lançamento, DVDs com o vídeo estiveram à venda e, de acordo com Luís, todo o dinheiro arrecadado com as vendas será revertido para o sindicato.