Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br
Geraldo Carneiro e a atriz Mariana Ximenes se conhecem há 13 anos. “A primeira vez que a vi foi no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro, falando sobre Camões”, lembra o escritor mineiro, radicado na capital carioca desde os três anos de idade, com passagem pela capital da República, em 1959.
Seu pai, Geraldo Andrade Carneiro, foi secretário do presidente Juscelino Kubitschek. “Tenho laços de afetividade com Brasília. Vi a cidade ganhando corpo e estas lembranças da infância dourada, de quando este local brotava, são muito fortes e marcantes em minha vida”, comenta. Para ele, voltar aqui é deparar-se com boas recordações.
Os dois artistas são os convidados da edição de outubro do projeto Escritores Brasileiros, que acontece nesta terça-feira (04), no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Sul), a partir das 19h30, e no Sesc Ceilândia, quarta-feira, às 20h. Como nas demais vezes, o bate-papo tem a idealização e curadoria de Marcelo Andrade, mediador da conversa.
Por sugestão do homenageado, que acumula, além da carreira de poeta e autor, as funções de letrista e roteirista, a atriz global – que esteve no ar recentemente em horário nobre, como Clara, protagonista de Passione – faz a leitura dramática de seus textos. “Trabalhamos juntos há cerca de dez anos. Depois daquela oportunidade no Planetário, nos conhecemos e a convidei para participar do lançamento de Lira dos Cinquent’anos, obra publicada quando completei meus 50 anos de vida”, recorda. “Chamei as 12 musas do teatro brasileiro – entre elas, Marília Pêra, Tônia Carrero, Leandra Leal e Luana Piovani –, e naquela época já considerava a Mariana uma delas”, elogia o amigo e companheiro de palco no evento.
Sem plano de voo
Para o Escritores Brasileiros, o autor escolheu alguns poemas. “Enviei para a apreciação dela, mas confesso que não tenho plano de voo para o encontro”, revela. Os escritos de sua autoria a que ele se refere foram retirados da coletânea Poemas Reunidos, lançada no ano passado e concorrente ao Prêmio Jabuti de 2011. “Ao todo, são 32 anos de poesias, até o último livro publicado, Balada do Impostor, em 2006”, contabiliza o escritor.
Geraldo programa, para o ano que vem, o lançamento de mais uma coletânea, desta vez de traduções de obras de William Shakespeare, que ele fez por 30 anos. A publicação já tem nome, O Discurso do Amor Rasgado, e sai pela editora Nova Fronteira, em março de 2012.
“São sonetos e alguns fragmentos de peças do autor britânico. O trabalho é uma homenagem às três décadas que traduzo obras dele”, explica. A primeira foi R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida, com a história do casal inglês mais famoso, que esteve em cartaz na Cidade Maravilhosa e está em temporada pela Região Sul do País.
Escritores Brasileiros – Terça-feira (04), às 19h30, no Teatro I do CCBB (Setor de Clubes Sul). Informações: 3310-7087. Quarta, às 20h, no Sesc Ceilândia (QNN 27, Lote B). Informações: 3379 -9500. Entrada franca. Não recomendado para menores de 12 anos.
Oficinas de poesia – com profissionais da Cátedra Unesco PUC Rio e UnB de Leitura. Sábado, a partir das 9h30, no Auditório do CCBB. Entrada franca.