
O carioca que gravou um álbum pra expressar todos os sentimentos acumulados em um pequeno apartamento de Botafogo e acabou figurando nos primeiros lugares de diversas listas dos melhores de 2011, agora chega a Brasília para dar sequência ao estrondo que anda causando no Rio de Janeiro e por onde passa. Quinta-feira (9), às 21h, no Feitiço Mineiro.
Cícero Lins é o resumo perfeito do atual momento da música brasileira. É uma mistura de referências longínquas e outras nem tanto assim: gosta de João Gilberto, acha Tom Jobim o “grande gênio”, é fã de Pixies e Sonic Youth. Faz suas músicas em um estúdio caseiro montado no seu apartamento e não tem gravadora. Vive de shows e seu disco de estréia pode ser baixado gratuitamente no site oficial. Vê o crescimento do interesse pela suas músicas por meio de “likes” no Facebook.
E comprova a idéia com frases como “a internet fez tudo praticamente sozinha”, para explicar o motor que o fez conseguir shows em Campinas, São Paulo, Belo Horizonte e outros lugares onde está apresentando o seu trabalho de estréia, “Canções de Apartamento”. Um título literal, afinal, o disco foi todo registrado em seu apartamento no Rio de Janeiro.
A gravação, aliás, apresenta mais uma faceta de parte da nova geração da MPB, a multidisciplinaridade. Cícero gravou violão, baixo, guitarra, pandeiro, tamborim, voz e piano. Bruno Schulz, parceiro da ex-banda Alice, dividiu o piano e tocou acordeom.
Com 10 faixas, Canções de Apartamento pode ser explicado como o resumo de um período da vida de Cícero. Terminou o curso de Direito, viajou para Nova Iorque e de lá voltou com os equipamentos necessários para gravar o disco. Mudou-se da casa dos pais e adotou uma vida solitária para quem não estava acostumado a estar à maior parte do tempo sem outras pessoas ao redor.