Camilla Sanches
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“Me chamam, em São Paulo, de Presidente Bossa Nova.” A frase de Juca Chaves mostra bem a relação dele com o ritmo que consagrou João Gilberto, Tom Jobim, João Donato, Vinícius de Moraes e outros. Uma relação que vem de longe. Ao lado de Elza Soares, Juca participou de uma das primeiras edições do Festival de Música Popular Brasileira, exibido na época pela TV Record. “Imagine, a Elza, uma sambista maravilhosa, e eu como os maiores sucessos do evento”, brinca o comediante, cantor e ator, que se apresenta hoje, na abertura do Brasil 21 Cultural, no Complexo Brasil 21 (Eixo Monumental), com o espetáculo Finalmente em pé… Quase, um stand up. Ele segue em cartaz até sábado, às 21h, no teatro de maior capacidade, entre os três do local, para 270 pessoas.
Na opinião de Juca, as décadas de 1960 e 1970 foram as mais bonitas da história do País. “O Brasil perdeu o bom humor depois disso”, fala. “Me perguntam se sou a favor de casamento gay. Respondo: sou a favor de casamento gay entre políticos. Só assim para eles não se reproduzirem mais”. No show de logo mais, o carioca, radicado por 27 anos na Bahia e que sonha em viver no Planalto Central, satiriza futebol, mulher, política, arte, cotidiano…
alma feminina
“Só uma ressalva. Sou o único que faz piada defendendo a alma feminina. A mulher devia ter vindo do próprio útero e não da costela de Adão”, brinca. Para ele, um cara que tem duas mulheres é burro. Juca acredita que, ou você tem todas, quando é solteiro, ou uma só. “Casei com 36 anos. Ela era uma adulta com experiência de 20 anos”, elogia a amada Iara Voigt, 57 anos, com quem adotou as filhas de 13 e 11 anos, Maria Clara e Maria Morena.
As meninas, ele descreve como “duas negrinhas lindas que entraram em nossas vidas aos quatro meses de vida”, festeja. “A minha mulher foi Miss Campinas (SP). O (Michel) Temer e eu temos algo em comum”, não perde a piada, referindo-se ao vice-presidente da República. Mas lhe retruco: ela tem 27 anos e ele 70. “Neste caso, ele leva vantagem”, diz. Em Salvador, Juca Chaves – que nasceu Jurandyr Czaczkes – mantém uma casa em Itapuã. “Levo vantagem sobre o Vinícius (de Moraes). Eu passo a tarde, o dia, a noite e a madrugada em Itapuã”, lembra.
A sátira política é uma de suas marcas. Sobre um dos maiores políticos da Bahia, ele afirma: “Só falo de política e não de religião. ACM foi o único que fez tudo pela Bahia, assim como o Maluf em São Paulo”, polemiza. “Sou neutro em assuntos políticos, além de fiel a uma mulher só e a um time só, o São Paulo.” E isso por mais que admita torcer para o Bahia, em território soteropolitano, e para o América, no Rio de Janeiro.
Finalmente em Pé…Quase” – Stand up com Juca Chaves – Hoje, amanhã e sábado, às 21h, no Brasil 21 Cultural (Complexo Brasil 21, Eixo Monumental). Ingressos: R$ 80 (inteira), à venda no site ingresso.com.br Informações: 3031-2121. Não recomendado para menores de 14 anos.