Michel Toronaga
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O jornalista Marcelo Araújo lança nesta quinta-feira, às 18h30, o livro Pedaço Malpassado. O autor estará presente vendendo e autografando exemplares no restaurante e bistrô Salada Cultural (716 Norte). É a segunda publicação de Marcelo, que, em 2009, escreveu Não Abra – Contos de Terror. Assim como o anterior, o novo livro também promete tirar o sono dos leitores. “Desde a adolescência sou fascinado tanto pela literatura quanto pelo cinema de terror”, revela o escritor.
O lançamento é formado por duas histórias: João e Maria e Pedaço Malpassado. A primeira conta a terrível experiência de Max, um rapaz que sofre um acidente de carro e encontra duas crianças pra lá de esquisitas. O segundo texto, que dá título à publicação, mostra as encrencas que um professor universitário encontra após parar numa churrascaria localizada à beira de uma estrada. Os dois contos se complementam, com personagens cruzados. Ambos se passam em lugares próximos, dentro do mesmo – assustador – universo.
Marcelo acredita que Edgar Allan Poe (autor de clássicos como O Barril de Amontillado e O Corvo) é o autor é o mais genial na literatura do gênero. “Ele é o mestre do terror, criador de perfeitas ambientações psicológicas claustrofóbicas e opressoras e situações engenhosas”, justifica. O escritor também cita outros nomes reconhecidos, como Mary Shelley (Frankenstein), Bram Stoker (Drácula) e H.P. Lovecraft (O Chamado de Cthulhu).
Produção
Enquanto o primeiro livro foi com recursos do Fundo de Arte e da Cultura (FAC) do Distrito Federal, o segundo título veio pela Thesaurus Editora. E se depender de Marcelo novas publicações estão a caminho. “Estou escrevendo um de terror que deve ser o próximo a ser lançado. É uma história sobrenatural que se passa no interior do Rio”, adianta. “Tenho também um livro de histórias de fantasmas pronto e um outro, que não é terror, com dois ou três contos, finalizado. Este último mistura literatura policial com elementos surrealistas”.
O autor explica que escreve muito e produz vários livros ao mesmo tempo. “A fluência na escrita é herança do jornalismo”, acredita. Ele também conta que a divulgação boca a boca do primeiro livro ajudou a obra a ser conhecida entre os amantes do gênero. “Por meio de e-mails e redes sociais ou pessoalmente sempre recebo retornos de leitores. Alguém chega e diz que leu meu livro, que gostou muito, que emprestou e indicou para os amigos. Isso vale bastante!”.
Acostumado a assustar os leitores, Marcelo abriu o jogo e contou o que lhe dá medo. Engana-se quem pensa que a resposta foi vampiros ou monstros. “Violência urbana. Acho que todo mundo que vive nas grandes cidades hoje sofre com essa barbárie. É o medo de sair de casa e não voltar, de ser assaltado, de sofrer um sequestro relâmpago. Vivemos em tempos onde o cidadão vive sob estes temores”, lamenta.
Com o perdão dos trocadilhos infames, Pedaço Malpassado garante uma leitura “saborosa” e é um “prato cheio” para quem gosta de terror.