Humor com a cara de Brasília

Uma nova companhia de teatro surge com o objetivo de fazer os brasilienses rirem. Os Filhos da Peça sobem ao palco pela primeira vez com o espetáculo Brasília, Um Plano Sem Piloto, que fala de todos os estereótipos que fazem parte da capital e a personalidade de seus moradores, mas tudo fugindo do já batido tema político.

 

A formação pode até ser nova, mas tem de onde tirar experiência e profissionalismo. Os seis atores se conheceram no ano passado, enquanto faziam um curso da Cia G7, uma das mais tradicionais da capital. Ao final do workshop, precisaram apresentar uma peça que mostrasse o que aprenderam. O resultado foi tão bem aceito pelo público que os integrantes decidiram dar continuidade à parceria. E convidaram Rodolfo Cordón, diretor da G7, para acompanhá-los na empreitada. “Queremos fazer algo diferente, mas com certeza o G7 tem influência. Foram eles que nos criaram, que nos descobriram. E a experiência do Rodolfo nos ajuda muito”, conta o ator Tiago Fernandes.

 

Com Brasília, Um Plano Sem Piloto, a nova companhia busca imprimir sua própria identidade no teatro local, fazendo humor para quem vive na cidade e a conhece bem sem ficar preso àquela imagem política que os turistas costumam associar. “Quando decidimos falar de Brasília, pensamos que o pessoal de fora não fosse entender, mas vimos que era isso mesmo que queríamos fazer. Algo para quem mora aqui”, afirma Tiago.

 

 

 

Surgiram, então, diversas brincadeiras com a personalidade da região central e suas adjacências em situações bem típicas, como uma reunião de condomínio em Águas Claras. Tem também uma sátira ao programa da Rede Globo, As Brasileiras, intitulada As Candangas, que traz personagens como a periguete de Ceilândia.

 

Apesar de não serem todos nascidos aqui, o sexteto conhece muito bem a capital, o que facilitou na hora de criar os personagens. “A gente frequenta as regiões administrativas. Como inspiração, pegamos um pouco da nossa experiência familiar e adicionamos à nossa experiência profissional”, explica Tiago.

 

O grupo reconhece que tem muita gente boa fazendo comédia na capital, mas não se sente amedrontado pois, apesar da concorrência, está convicto de quem é e da identidade que quer criar junto ao público. “Fazer comédia não é fácil, mas a gente não surgiu só da vontade de fazer teatro. Foi da vontade de fazer algo diferente”, garante o ator.