Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br
Um dos guitarristas brasileiros mais criativos e versáteis da atualidade, o cearense Cristiano Pinho é a atração desta semana do Projeto Clube do Choro do Brasil, hoje, amanhã e sexta-feira, às 21h, no Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental). “Eu gosto de música do mundo. Americana, latina, jazz europeu”, confessa. Simples assim.
O instrumentista começou a tocar aos 12 anos de idade. Aos 22 anos, já era profissional. Hoje, aos 47, acumula, pelas suas contas, 25 anos de carreira profissional e dois CDs gravados. O repertório das três apresentações é baseado no segundo e mais recente trabalho, Cortejo, lançado ano passado.
Segundo ele, é um disco de música nordestina, “com a guitarra do rock’n’roll e do blues que eu toco”. O artista incluiu, entre outros aparatos regionais, a rabeca, instrumento das regiões Norte e Nordeste. “Encontrei uma maneira de me expressar por ela”, conta.
Além de composições de autoria própria, regravou no último projeto Gonzagão (Luiz Gonzaga, o Rei do Baião), com Juazeiro e A Volta da Asa Branca, e Capineiro, de domínio público. Esta derradeira, na gravação, conta com participação de Fagner.
“É a única faixa cantada”, antecipa. As outras duas estão no roteiro do show, com a inclusão de composições de Garoto (Aníbal Augusto Sardinha) e Pixinguinha. “Especialmente em homenagem ao Clube do Choro, uma casa tão tradicional, onde me apresento pela primeira vez, com honra”, observa. Sobre as demais canções do set list, ele prefere fazer surpresa.
Carreira
Formado em Música pela Universidade Estadual do Ceará, Pinho estudou Harmonia e Improvisação na Escola Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical, no Rio de Janeiro, e, desde então, tem trabalhado ao lado de nomes reconhecidos, como Amelinha, Ednardo, Dominguinhos, Oswaldinho e Raimundo Fagner, de cuja banda faz parte há 14 anos.
Entre as referências, o compositor, arranjador e produtor musical, cita Garoto, Pixinguinha e Luiz Gonzaga, nomes que permeiam o show de logo mais à noite. “Ouço de tudo. Não teria como eleger um ou outro nome como ídolo. Tudo me influencia positiva ou negativamente. Sou ouvinte de cabeça limpa”, revela-se.
Seu primeiro álbum, Pessoa, foi lançado em 1997. Depois, participou de festivais de música instrumental, ao lado de nomes como João Donato, Leny Andrade, Leo Gandelman e André Christovam. Ao lado de Torquato Mariano, Vitor Biglione e Rildo Hora, o guitarrista integra a coletânea de música instrumental brasileira, Brazilian Nights, lançada nos Estados Unidos.
Como produtor e arranjador, foi o responsável pelos arranjos da música Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré, em versão gravada por Fagner para integrar a trilha sonora da novela Cidadão Brasileiro (TV Record).
Saiba mais
Para o futuro, o guitarrista informa que continua compondo e já teria, inclusive, material para um próximo CD.
Segundo o instrumentista, ele, por enquanto, prefere concentrar as energias neste trabalho e deixar para entrar em estúdio mais tarde.
Serviço
Cristiano Pinho – Hoje, amanhã e sexta-feira, às 21h. No Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental, entre a Torre de TV e o Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos: R$ 20 (inteira). Mais informações: 3224-0599. O espetáculo não é recomendado para menores de 14 anos.