Um programa musical como o desta semana no Clube do Choro só pode mesmo ser realizado em espaços deste naipe, pois não é tão comum em qualquer lugar se ouvir a música realizada pela sensibilidade dois músicos de história tão diversas e paralelas. Guinga, o violonista carioca de estilo muito especial e compositor raro, toca com Sérgio Galvão, saxofonista surgido em Brasília e de grande projeção nacional. Guinga, o compositor dos compositores, é capaz de ganhar palavras sinceras como as do também excelente Sérgio Mendes: “O Guinga me fez chorar. É algo como Villa-Lobos encontrando Cole Porter”.
Começou a compor aos 16 anos, classificando sua primeira canção aos 17 anos no Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro. Trabalhou como músico profissional acompanhando Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Cartola e João Nogueira, entre outros.
Já teve músicas gravadas por Elis Regina, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Clara Nunes e Ivan Lins. Tem parcerias com Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc e, mais recentemente, com Chico Buarque e Nei Lopes.
Todos os seus álbuns foram sucessos de crítica. Com o CD “Cheio de Dedos”, recebeu o Prêmio Sharp de 1996 de Melhor Disco Instrumental, Melhor Música Instrumental (“Dá o Pé Loro”) e Melhor Produção. Teve sua obra gravada por Leila Pinheiro, no CD “Catavento e Girassol” (pela gravadora EMI – ODEON). As 14 faixas do CD são todas de autoria de Guinga, em parceria com Aldir Blanc. Com a música “Chá de Panela”, que faz parte do disco, Guinga obteve o Prêmio Sharp 1996 de melhor música popular brasileira.
O CD “Suíte Leopoldina”, lançado no ano de 1999, foi sucesso absoluto de crítica, entre jornais, revistas e rádios de todo o país. Foi apontado por unanimidade pelos críticos do jornal O Globo o melhor CD de música popular brasileira do ano. Guinga lançou em Abril de 2001 o CD “Cine Baronesa”, que, como os anteriores, foi aclamado pela crítica musical de toda a imprensa brasileira. O álbum foi eleito pelo jornal O GLOBO um dos dez melhores CDs lançados no mundo, no ano de 2001.
O CD “Suíte Leopoldina” foi indicado ao Grammy Latino-2001, na categoria Melhor CD de Música Popular Brasileira. O artista recebeu nova indicação para o Grammy Latino – 2002, na mesma categoria, desta vez com o álbum “Cine Baronesa”. O CD “Noturno Copacabana” foi igualmente indicado ao mesmo Prêmio em 2003.
No ano de 2002 Guinga recebeu o prêmio Rival–Petrobrás de melhor compositor brasileiro. Em 2003 foi lançado o songbook “A música de Guinga” na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. O CD “Noturno Copacabana”, lançado em 2003, foi considerado pelos mais importantes jornais do país um dos melhores álbuns do ano.
Em 2010, Guinga completou 60 anos de idade. Na data do aniversário, 10 de junho, fez um grande concerto comemorativo no Teatro Guaíra, em Curitiba, no Paraná. O cineasta italiano Massimo D’Orzi dirigiu um documentário sobre a vida e a obra de Guinga, chamado de “gênio brasiliano” pela imprensa da Itália, onde ele participou de dois festivais.
Guinga é sempre uma surpresa e os elogios não deixam dúvidas, como no comentário de Luís Antonio Giron: ”Guinga veio para ocupar o lugar vago de Tom Jobim. Deve ser considerado um dos grandes mestres da MPB contemporânea, o maior de sua geração. Ou o público e crítica se acostumam com ele e aprendem a admirá-lo ou perderão o trem da linha evolutiva”. “O Guinga me fez chorar. É algo como Villa-Lobos encontrando Cole Porter.” (Sérgio Mendes – músico e compositor)