A histeria do público de cinco mil pessoas que recebeu Nick Carter, Howie Dorough, Brian Littrell e AJ McLean, no Ginásio Nilson Nelson, parecia demonstrar que o auge dos Backstreet Boys ainda não tinha chegado ao fim. Faixas no cabelo com o nome da banda, cartazes com pedidos e declarações de amor e balões coloridos para comemorar o aniversário de 36 anos de Brian eram uma amostra de que, para os fãs, a banda continua em intensa atividade.
Entretanto, os trintões já não possuem mais o vigor e o encantamento que os levou ao topo das paradas e à conquista de prêmios, como o de melhor grupo no European Music Award MTV, de 1997, e de escolha da audiência no Video Music Awards MTV de 1999. A música pop mudou, e os meninos não acompanharam o ritmo.
Com uma explosão de hits pop dos anos 90, como Quit Playing Games (With My Heart), As Long As You Love Me e Shape of My Heart, os quatro integrantes sacudiram o público majoritariamente feminino, na faixa de 25 anos, que assistiu ao show da turnê This is Us, saudosas, na noite do último domingo. “Já fui em outros dois shows, em 2000 e 2009, mas a expectativa é sempre a mesma. Dessa vez, vim nostálgica, mas esperando também as novas músicas”, diz a veterinária Manoela Paiva, de 31 anos.
A nova turnê, bem mais modesta se comparada às antigas superproduções dos shows da banda, agradou aos fãs ardorosos. Porém, para quem esperava encontrar os Backstreet Boys em uma ótima forma, ficou o vazio de não tê-los visto no auge. “Achei a produção do show fraca, sem muitos efeitos especiais. Talvez, isso aconteça porque agora eles não têm tanto retorno financeiro”, opina o engenheiro da computação Daniel Ramos, de 27 anos, que saiu de Ituiutaba, em Minas Gerais, só para assistir aos ídolos. “Sou fã desde 1998 e ouço todos os CDs até hoje. Acredito que, com uma produção menos robusta, fica mais fácil deles se apresentarem por aqui”, comenta o mineiro.
Novo Disco
Em duas horas de show, Nick, Brian, Howie e AJ apresentaram ao público as canções do sétimo álbum This is Us, além de cantarem e coreografarem, de maneira bem menos performática, os antigos sucessos. Em PDA, do último CD, os integrantes desceram do palco, por uma pequena escada, e chegaram bem perto das pessoas apoiadas na grade de proteção. “Consegui pegar na mão do Howie! Estou satisfeita com o show, superou todos os que vi. Foi meu presente de aniversário”, afirma a analista de operações Viviane Araújo, paulista de 27 anos. Quem também comemorou foi o aniversariante Brian, que foi presenteado com um bolo e um Happy Birthday em coro, logo após a terceira música do repertório. “Não existiria lugar melhor para essa comemoração. Vocês querem ouvir mais música?”, disse Brian, ao agradecer os parabéns.
Nem os problemas técnicos com o microfone durante a abertura do show e as falhas no som impediram o público de curtir os momentos de saudosismo.
