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Gravuras e esculturas da arte construtivista contam a história de Brasília

Arquivo Geral

26/04/2012 10h42

divulgação

A exposição Geometria da Transformação traz 142 obras de 55 artistas entre pinturas, desenhos, gravuras e esculturas da arte construtivista. O acervo, de propriedade do advogado carioca Sérgio Fadel, traz peças do período compreendido entre o início da década de 1950 e o final da década de 1980, traçando um paralelo com o nascimento da capital do país. A entrada é franca.
 

A arte construtiva chegou ao Brasil na segunda metade da década de 1940, em São Paulo, e nos primeiros anos da de 1950, no Rio de Janeiro. As obras em exposição contemplam todos os momentos do movimento no país.
 

“É com grande orgulho que apresentamos pela primeira vez nosso acervo de arte construtiva que, ao longo dos últimos trinta anos, pudemos reunir e, nesta oportunidade em que comemoram os 52 anos de Brasília, expor no belo museu criado pela arte e imaginação do poeta das linhas e formas”, comemora Fadel.
 

O curador da exposição, Max Perlingeiro, explica que a pintura tradicional, dita acadêmica, que se limitava a reproduzir a natureza de forma realista, sofre uma transformação radical com o surgimento do abstracionismo informal e geométrico que tomou conta da cultura ocidental a partir do fim da 1ª Guerra Mundial. “A tendência construtivista logo se enraizou em todas as partes do mundo e passou a ser universal”, afirma.

 
divulgaçãoSão obras de artistas brasileiros como Waldemar Cordeiro e Luiz Sacilotto e estrangeiros como Kazmer Féjer, Samsomn Flexor e Anatol Wladyslaw, no meio paulista, e Ivan Serpa e Aluísio Carvão, no meio carioca, foram os grandes incentivadores da formação de artistas que aderiram à arte concreta no país. Mas explica que, no fim dos anos 50, surge, no Rio, por inspiração dos artistas Lygia Clark e Hélio Oticica, uma variante do concretismo, o neoconcretismo, que rompe com o primeiro e adquire uma identidade própria. “O neoconcretismo se distingue por provocar a participação do espectador na obra de arte”, afirma o curador.

 
Para Wagner Braja, diretor do Museu Nacional, é nesse momento que os artistas brasileiros buscam sua própria identidade cultural na arte construtiva: “O Brasil volta a falar com o mundo, mas com identidade própria, o neoconcretismo brasileiro tem uma particularidade. Lygia Clark, por exemplo, com sua arte sensorial e interativa modifica o status quo da arte no país”. Tais particularidades e esse processo de transformação não só da arte, mas também do país, com o símbolo do nascimento de Brasília, estão nas obras expostas no Museu Nacional até o dia 24 de junho.

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