O Tribunal de Grande Instância de Paris negou hoje ao terrorista venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, Carlos, o Chacal, o direito assistir ao filme sobre a sua vida que o “Canal Plus” exibirá na França antes que a emissora exiba a produção.
“Carlos”, que cumpre há 16 anos prisão perpétua na França por causa de três assassinatos, entre estes a morte de dois policiais franceses em 1975, recorrerá da decisão do tribunal, segundo declarou à Agência Efe sua mulher e advogada, Isabelle Coutant-Peyre.
A advogada acrescentou que “a decisão judicial confirma que a lei francesa não se aplica a Ilich Ramírez Sánchez, como a defesa não deixa de afirmar” desde que começou a julgá-lo na França nos anos 90.
O terrorista havia pedido que o filme Carlos, le prix du Chacal – da produtora Film Stock – dirigido por Olivier Assayas, não fosse exibido. A justifica era porque considerava que havia na produção muitas mentiras sobre seu passado.
Por isso, tinha solicitado à Justiça que permitisse assistir ao filme antes da exibição pela emissora, medida “radicalmente contrária à liberdade de expressão” que rejeitou a Justiça.
O filme, dividido em três partes de 90 minutos, ainda não tem data definida para começar a ser exibido, embora o Canal Plus tenha afirmado que a emissora “é contrária a qualquer ingerência externa no processo de criação de uma obra de ficção, mesmo quando esta é inspirada em fatos reais”.
Em 4 de fevereiro, o Tribunal de Nanterre, nos arredores de Paris, havia se declarado incompetente para julgar o recurso apresentado por Coutant-Peyre para evitar a exibição da série.