Camilla Sanches
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Nesta quinta-feira, dia 21, Brasília comemora 51 anos e, em homenagem à data e à capital da República, será inaugurado o Espaço Cultural Jornal de Brasília. A casa inicia suas atividades com a exposição A Brasília Que Eu Vejo, com 30 obras de 17 fotógrafos. Oito deles são repórteres fotográficos do JBr. A mostra começa na próxima quarta-feira (20) e segue até 19 de maio.
Josemar Gonçalves, 52 anos, por exemplo, dedicou três décadas à cobertura jornalística. Cobriu Governo Federal, Constituinte, Palácio do Planalto e tudo que se refere à política local e nacional.
No JBr há dez anos, ele registrou desde os Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, em 2007, até a visita do Papa Bento XVI a São Paulo, no ano seguinte. Sobre a capital federal, que escolheu para viver em 1983, é só elogios. “Gosto da variedade de cores que posso explorar aqui. Às seis da manhã, tem uma neblina; às 12h, uma chuva; e, às 18h, um pôr do sol e um céu azul maravilhoso”, fala. É um desses crepúsculos que o público vai conferir na mostra. A outra foto exposta é a do Memorial JK cortado por um arco-íris.
Aos 24 anos, Geyzon Lenin não escolheu ser fotógrafo, ele nasceu fotógrafo, como gosta de dizer. “Meu avô, que é um pai para mim, e meu tio são fotógrafos. Cresci com eles nos jornais e em coberturas jornalísticas. É uma vocação. Sou fotógrafo desde o berço”, brinca.
Na exposição, Lenin expõe o registro do protesto de estudantes da UnB revoltados com a aprovação do aumento de salário dos deputados e que tentaram invadir o Palácio do Planalto, em dezembro passado.
A paixão por Brasília também motiva Minervino Junior e Raphael Ribeiro. Ambos com 31 anos e com histórias particulares. “Minerva” decidiu ser fotógrafo a partir de uma figura que é referência no seu trabalho e na história da fotografia, o francês Henri Cartier-Bresson. “Ele dizia que um amante da fotografia pode se considerar fotógrafo de verdade, quando num filme de 36 poses consegue fazer uma boa foto”, diz. É com uma foto do Congresso Nacional à noite e outra com a estátua dos Candangos na Praça dos Três Poderes que ele mostra parte da bagagem que já soma mais de uma década de carreira.
O piauiense Renato Araújo, 48 anos, é outro veterano. Ao todo, entre idas e vindas no JBr, são 11 anos. Na exposição, mostra uma foto de 2006, de um ato da PM, em frente ao Congresso Nacional. “É o que mais gosto de fotografar, protestos do movimento sindical.”
Entre as fotógrafas, Andressa Anholete é a que tem mais tempo de casa. Entre estágio e contratação como repórter fotógrafica, já se vão mais de quatro anos.
Paulista, foi criada em Cachoeiro do Itapemirim (ES). Aos 17 anos, veio estudar jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). Primeiro, interessou-se pelo cinema, mas o desafio da fotografia a conquistou de maneira irremediável. “A imagem te possibilida ser universal, você consegue emocionar qualquer povo, independente da língua que fale”.
O gosto pela fotografia acompanha Glaucya Braga desde criança e o fotojornalismo foi a maneira que encontrou de mostrar os fatos a sua maneira. “Com o meu olhar posso mostrar um mesmo fato a partir do meu ponto de vista”.
Rafaela Felicciano pensa da mesma forma que as colegas. “Com uma imagem, consigo sintetizar todas as informações que quero passar e junto com ela ainda há um pouco de mim, da minha personalidade”, acredita.
Amante do samba, sua outra paixão depois da fotografia, participa na exposição com duas fotos das sambistas Renata Jambeiro e Dhi Ribeiro.
A Brasília que eu vejo – A partir desta quarta-feira até 19 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Entrada fraca. Classificação: Livre.