
Anna Lisbôa, especial para o Jornal de Brasília
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A edição 2011 do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) marca os dez anos do título de Patrimônio da Humanidade concedido à Cidade de Goiás, que recebe o evento, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Mesmo aberto para o mundo, o Fica tem como tradição o destaque para o cinema local e a discussão de problemas ambientais da região, como ressaltou o o presidente da Agência Goiana de Cultura (Agepel), Gilvane Felipe, durante a abertura do festival. “Neste ano, nos voltamos mais para as questões ambientais locais, como as enchentes do Rio Vermelho”, disse.
O coordenador do festival, Lisandro Nogueira, completa: “O Fica é uma maneira de debater as questões ambientais por meio das imagens. Neste ano, as mesas do fórum ambiental discutirão desde questões locais do meio ambiente, até Fukushima no Japão”, explica.
Nogueira observa que, embora o teor dos filmes inscritos no festival seja político, houve mudança de enfoque dos cineastas ao longo desses 13 anos de Fica. “No primeiro Fica os cineastas estavam preocupados em denunciar. Hoje, há preocupação em compreender como os países tentam amenizar os problemas ambientais e buscar soluções”, analisa. “A qualidade dos filmes é melhor. Os cineastas que se dedicam a esse tema estão preocupados com a concepção técnica.”
Neste ano, o festival, que segue até domingo, recebeu mais de 400 inscrições de todo o mundo. Os 30 filmes selecionados abordam os mais variados assuntos ligados ao meio ambiente. No entanto, a água e a energia, em especial a nuclear, são temas recorrentes entre as obras.
Para o coordenador, o cinema tem papel importante nos debates ambientais. “O cinema é um mediador fundamental. Sem isso, ou fica-se preso a uma discussão científica e acadêmica, ou à mercê do sensacionalismo da imprensa”, diz.
A repórter viajou a convite da organização do Fica.