
Acaba neste domingo (20) a 30ª edição da Feira do Livro de Brasília, tradicional encontro dos apreciadores da literatura na capital e a segunda feira mais antiga do país. Pelo segundo ano consecutivo, o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (Expo Brasília) recebeu o evento, que contou com mais de 120 horas de atividades, entre lançamentos, apresentações artísticas, oficinas e conversas com autores. O tema central foi a sustentabilidade. Para esta edição, a escritora Dad Squarisi foi escolhida como patrona, homenagem pela sua atuação na promoção da cultura literária na cidade.
A expectativa da organização é que mais de 200 mil pessoas visitem a feira, o dobro da edição passada. “A divulgação em 2010 não foi boa, e como era a primeira no parque depois de 10 anos sendo no Pátio Brasil, muita gente não ficou sabendo”, avalia a curadora da feira, Iris Borges. Na última edição realizada na área externa do shopping Pátio Brasil, em 2009, cerca de 500 mil pessoas passaram pela feira. “As pessoas que frequentavam o shopping acabavam passando pela feira, mas o espaço era apertado, faltava conforto para quem queria aproveitar a feira”, completa a curadora.
O Distrito Federal tem o maior número de livrarias por habitantes do país, segundo dados da Unesco. A cada 30 mil habitantes há uma livraria, o que reflete a presença massiva de livrarias da cidade nos estandes da feira, que conta ainda com sebos, editoras universitárias e institucionais. Esse gosto da capital federal pela leitura faz da Feira de Livro de Brasília um tradicional ponto de encontro e debate entre autores nacionais e internacionais. Nesta edição, além dos autores brasileiros, participam escritores de Argentina, Camarões, Estados Unidos, França, Israel e Portugal.
No total, são mais de 100 estandes distribuídos pelos 51 mil metros quadrados do pavilhão, mas uma das principais novidades desta edição é a criação do Espaço da Troca. “Nesse espaço, a comunidade é convidada a interagir e ‘libertar seu livro’”, explica a curadora, sobre o conceito do local onde os visitantes poderão trocar ou mesmo doar livros. Outro espaço criado para interação e promoção de oficinas é o chamado “Leitura na Maturidade”, onde serão realizadas oficinas para promover a leitura entre pessoas da terceira idade e promover a interação entre os participantes.
OFICINAS
São mais de 80 horas de oficinas distribuídas entre os dez dias de feira, com programação voltada para crianças e adultos. Dentre elas, destaca-se o trabalho de autores da editora argentina Instituto Eloisa Cartonera, que promoverão oficinas com catadores de materiais recicláveis da Estrutural, no próprio lixão da região. O projeto começou durante a crise econômica de 2008, quando a falta de recursos para compra de papel deu início à prática de reciclagem voltada para a confecção de livros. A oficina é uma parceria entre a organização da feira, Embaixada da Argentina e o Instituto Cervantes. Os autores ainda participarão de um sarau poético e do lançamento de uma antologia de poetas argentinos e brasilienses.
Além dessa oficina, acontecem atividades voltadas à educação e conscientização, tratando sobre temas como alimentação saudável, preservação do meio-ambiente e bulying, além de oficinas voltadas a cuidados com a saúde, como prevenção de câncer de pele, depressão e primeiros socorros.
As oficinas são abertas ao público, mas tem lotação limitada que varia de 30 a 50 pessoas, dependendo do tema. A programação completa pode ser consultada no site www.feiradolivrodebrasilia.com.br , por isso a organização da feira recomenda que os interessados inscrevam-se antes. Haverá também visitas guiadas de escolas.
PROGRAMAÇÃO CULTURAL
A feira conta com espaços para debates com autores e apresentações artísticas. “Separamos uma área para os autores que farão apresentações mais performáticas”, explica Iris, sobre a Arena Cultural, espaço que receberá apresentações infantis, saraus e atrações ligadas a dança, teatro e música, como a do autor Ruy Godinho, que fará pocket show para promover seu livro Então, foi Assim? A obra fala de curiosidades e segredos sobre algumas músicas consagradas da MPB, que serão interpretadas pelo autor.
Também na Arena Cultural, acontece no dia 16 de novembro debate sobre o surgimento do rock na capital federal, com a participação do diretor do documentário Rock Brasília, Wladimir Carvalho, os fundadores da banda Plebe Rude, Philipe Seabra e André X e o baterista do Capital Inicial, Fê Lemos.
Quem também participa de conversa com os leitores é Carlos Maltz, ex-baterista do Engenheiros do Hawai, que participa da feira para promover seu novo livro, Abilolado Mundo Novo. Depois de sair da banda, Maltz veio morar em Brasília e passou a dedicar-se a astrologia, mas desta vez discutirá a chamada “filosofia pop” presente em seu novo livro.
A poeta e escritora infantil Marina Colasanti conversa com o público no dia 15 de novembro. Colasanti ganhou em 2011 o mais importante prêmio da literatura nacional, o Jabuti, na categoria juvenil, com o livro Antes de Virar Gigante e Outras Histórias.
A Feira do Livro de Brasília acontece de 11 a 20 de novembro, das 10 às 22 horas e tem acesso permitido para todas as idades.
A entrada é franca.