Da Redação
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Entre os anos de 1989 e 1995, Brasília despontava como a cidade da música. Na época, os palcos ecoavam hits adolescentes e a todo instante surgiam novas bandas com diferentes estilos musicais. O rock do Raimundos e Little Quail, o reggae do Maskavo Roots e o rap do Câmbio Negro são algumas das bandas que tocaram na Feira de Música – evento que lançou músicos brasilienses no cenário nacional e criou uma identidade musical para Brasília. Quase duas décadas após sua última edição, o evento está de volta e acontece amanhã no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul).
Infelizmente, questões econômicas e políticas inviabilizaram a realização da feira depois de 1995. Na época, captar recursos para projetos culturais era complicado, e o Brasil vivia um momento econômico desfavorável. “Hoje está bem mais fácil”, destaca o produtor e diretor artístico da feira, Alan Calado.
A Feira de Música retoma este ano com a mesma ideologia de unir a diversidade musical da cidade. O palco dessa vez foi montado na área externa do CCBB e mais de 35 artistas locais devem passar pelo local em seis encontros que vão até novembro.
“A ideia é reunir atrações que sejam diferentes, estilos e grupos de todos os gostos e ritmos. Será um espaço para a divulgação do novo cenário brasiliense”, destaca Calado, que também foi produtor das primeiras edições da feira.
Para abrir o festival foram convidados o Quarteto Capivara, que mistura samba, bossa nova, forró e jazz; a banda de hard rock Totem, que tem influências do funk e reggae; e o cantor Renato Matos.
CANJAS
O segundo encontro terá a participação da banda Parafernália, Dillo D´Araújo e o Grande Barco, no dia 29 de setembro. A Feira de Música vai trazer, a cada edição, seis shows de trabalhos autorais, três deles selecionados – mediante inscrição – por uma curadoria formada por músicos e produtores culturais, além de três canjas.
Cada canja terá duração de até duas músicas (no máximo 15 minutos) e os artistas poderão se inscrever na hora, sem passar pela curadoria.
Para o músico e produtor da Feira, RC Ballerini, o projeto pretende formar uma nova audiência para a música do Distrito Federal, além de retomar o acesso às manifestações culturais e a profissionalização da atividade musical local. “Queremos que seja um espaço livre para a divulgação do cenário atual da capital, que procura bons palcos para se apresentar e público presente”, afirma.
“A Feira de Música é uma iniciativa de difusão da produção cultural do DF e preza pelo respeito à diversidade de sonoridades aqui produzidas – garantido através de uma curadoria formada por profissionais oriundos de diversos segmentos, como a música instrumental, o rock, o choro e a cultura popular”, ressalta Henrique Rocha, gestor de projetos da Associação Cultural Ossos do Ofício.
O evento tem o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Governo do Distrito Federal. Para mais informações, acompanhe a página da Feira de Música: facebook.com/feirademusica.