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Exposições

Um desenho por dia: artista expõe 365 obras de arte em Brasília

Artes foram criadas por Nego Zafa em 2009 e dão vida agora à exposição “Traços de Memória”

Redação Jornal de Brasília

03/10/2023 10h49

Atualizada 05/10/2023 16h08

Foto: Divulgação

“Traços de Memória”. Uma exposição única que estreia no Museu Vivo da Memória Candanga, no dia 28 de outubro, e traz consigo as lembranças vividas pelo artista Josafá Neves ao longo de todos os dias do ano de 2009. O artista, conhecido como Nego Zafa, é reconhecido nacionalmente por traduzir, por meio da arte, a cultura africana.

“A exposição Traços de Memória nasce a partir do ‘meu fazer diário’. Eu costumo dizer que vivo a arte 25 horas por dia. A arte é egoísta e ela te quer o tempo todo, ela quer tudo que você pode dar para ela. Em 2009 eu me desafiei a fazer um desenho por dia e a falar sobre os negros e os índios, sobre o racismo estrutural e tudo que os nossos antepassados viveram em uma sociedade escravrocrata. Eu sou negro e passo por situações todos os dias. O racismo ainda existe. O racismo estrutural ainda resiste. E isso precisa ser manifestado e trabalhado por meio da arte. Os desenhos falam por si só.”

Os desenhos produzidos pelo artista são estudos sobre suas concepções artísticas de orixás e foram criados a partir de vivências diárias, sonhos e observações do cotidiano vivido pelo artista na Cidade do Núcleo Bandeirante, onde há mais de 20 anos o artista construiu um ateliê.

“Eu nasci no Gama em 1971 e foi lá que aprendi muito do que sei hoje. Eu desenhava muito nas pedras e até nas paredes do meu quarto. Depois de alguns anos eu me mudei para o Núcleo Bandeirante, onde estou há quase 20 anos. Sou filho de nordestinos e aqui no Núcleo Bandeirante encontrei uma população livre, com o calor e a educação do nordestino, muita natureza e muita simplicidade, assim como a vida tem que ser.”

O local escolhido para receber a exposição foi o Museu Vivo da Memória Candanga, localizado na região, e escolhido justamente para abraçar e privilegiar a comunidade local, que em boa parte se caracteriza por pessoas de ancestralidade africana e indígena.

“O Museu da Memória Candanga foi onde foi construído o primeiro hospital da capital e foi aqui que tudo começou. Eu escolhi o museu justamente para resgatar essa história e relembrar a importância da nossa cidade.”

Serviço
Traços da Memória, de Nego Zafa
No Museu Vivo da Memória Candanga
De 28 de outubro a 15 de dezembro de 2023
Entrada franca
Mais informações: @negozafa

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