De 10 a 21 deste mês, o Espaço Venâncio Cultural recebe a mostra “Quilombo: A Reinvenção da Vida”, do fotojornalista Edu Cavalcanti. A exposição, com entrada gratuita, pode ser visitada diariamente das 11h às 19h e marca o início de um projeto ambicioso: uma expedição que levará à COP 30, em Belém, a proposta de que a solidariedade deve ser reconhecida como uma tecnologia social essencial para o futuro da humanidade.
O projeto tem como referência o Quilombo Kalunga, a maior extensão quilombola do país e berço do primeiro prefeito quilombola do Brasil. A comunidade é apresentada como exemplo vivo de resiliência e adaptação, conectando saberes ancestrais a políticas de enfrentamento às mudanças climáticas.
Além da exposição de fotografias e projeções interativas, o espaço será transformado em laboratório vivo: as entrevistas para o documentário homônimo serão gravadas dentro da mostra, de forma aberta ao público. Essa proposta amplia a experiência, aproximando visitantes dos protagonistas da narrativa.
O documentário terá um roteiro não linear, estruturado como um quebra-cabeça. As entrevistas se cruzam com uma base de dados científicos, analisada com apoio de Modelos de Linguagem (LLMs), criando uma narrativa experimental e colaborativa.
Uma imersão no território Kalunga
A mostra reúne o material produzido durante a imersão de três meses de Edu Cavalcanti no território Kalunga, na Chapada dos Veadeiros, quando acompanhou a campanha de vacinação contra a COVID-19. O registro do cotidiano da comunidade resultou em uma narrativa intimista, marcada pela escuta e pelo diálogo com os moradores.
Estrutura da experiência
Organizada em cinco blocos temáticos, a exposição combina textos, fotografias e recursos audiovisuais, conduzindo o público por uma narrativa imersiva que conecta memória, ancestralidade e futuro.
Responsável pela curadoria do Espaço Venâncio Cultural, Ilka Teodoro ressalta a relevância da iniciativa:
“A exposição chama atenção para o Quilombo enquanto estratégia de enfrentamento às emergências climáticas. As imagens capturam a essência do tema e mostram como os saberes e tecnologias ancestrais quilombolas são fundamentais para a preservação do planeta”, afirma.
Sobre o autor
Com passagens por redações de Santa Catarina e projetos internacionais, Edu Cavalcanti construiu uma carreira sólida no fotojornalismo e na produção documental. Registrou comunidades aborígenes na Austrália, povoados milenares no Himalaia e colaborou em projetos da ONU e do UOL. Neurodivergente e diagnosticado com dislexia, Edu utiliza sua perspectiva singular para construir narrativas visuais marcadas pela empatia e pela defesa da igualdade.
