Até amanhã, o Salão Negro do Congresso Nacional abriga a mostra “80 anos de Hiroshima e Nagasaki: Inspirando a Cultura da Paz”, realizada pela Embaixada do Japão. Aberta ao público das 9h às 17h, a exposição relembra os ataques atômicos ocorridos em agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, por meio de 30 painéis com fotos, textos e depoimentos de sobreviventes das cidades japonesas. Entre os relatos, estão vídeos com as histórias de Junko Watanabe e Wataru Ogawa, vítimas da bomba atômica que hoje vivem no Brasil.
Outro destaque são 25 painéis dedicados a Sadako Sasaki, vítima da radiação em Hiroshima. Diagnosticada com leucemia quase dez anos após o bombardeio, a menina se tornou um símbolo da paz ao dobrar mil tsurus — aves de origami semelhantes a garças — inspirada em uma antiga lenda japonesa que prometia a realização de um desejo. Sadako desejava a cura, mas faleceu em 25 de outubro de 1955, aos 12 anos. Sua história passou a representar, no Japão e no mundo, um apelo pela paz e pelo desarmamento nuclear.

A mostra também conta com uma obra da artista brasiliense Tiemi Okata, que reproduz, com mil origamis de tsuru, a estátua em homenagem às crianças vítimas da bomba em Hiroshima. Os painéis exibidos foram cedidos pela Fundação Cultura da Paz de Hiroshima.
Na abertura, o Encarregado de Negócios interino do Japão, Ishigaki, ressaltou a importância da exposição. A sobrevivente Toshie Shoji, residente em Brasília, relatou sua experiência, e também discursaram o senador Esperidião Amin, o deputado Vitor Lippi e a secretária Susan Kleebank, representando o Itamaraty. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre parlamentares, autoridades do governo brasileiro, diplomatas estrangeiros e membros da comunidade nipo-brasileira.