Andréia Castro
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Duas novas exposições entraram em cartaz na cidade. As dualidades e contradições da América Latina são expostas na mostra fotográfica coletiva Peso e Leveza – Fotografia Latino-americana Entre o Humanismo e a Violência, composta por imagens de 15 artistas da Argentina, Nicarágua, Colômbia, México, Brasil, dentre outros. A entrada é franca e a exposição pode ser conferida até 20 de outubro, no Espaço Cultural Instituto Cervantes (707/907 Sul).
A curadoria das imagens foi feita pela espanhola Laura Terré e pela guatemalteca Rosina Cazali. “A coleção retrata situações tristes do cotidiano do terceiro mundo, mas que poderiam pertencer a qualquer parte do mundo. Mostra o fracasso, a violência e a utopia do humanismo”, explica Cazali.
Peso e Leveza é um convite a reflexão sobre os dois extremos. Revela desigualdades sociais e as situações problemáticas e violentas comuns aos países pobres. “Apesar de algumas imagens angustiarem e até causarem um certo incômodo, outras fazem o contraponto e dão conforto e esperança”, completa Cazali.
O objetivo da exposição foi desenvolver ideias ligadas à bipolaridade que a região vive, entre a tranquilidade originária do crescimento econômico e a persistência de numerosos dramas sociais. Nas fotografias, há desde fragmentos da cena urbana até situações de leveza contemplativa.
américa latina
As 73 fotografias expostas foram selecionadas a partir de um processo seletivo que percorreu cidades de Cartagena das Índias, na Colômbia, e Manágua, na Nicarágua, entre outras – sempre para mostrar o
cenário múltiplo que compõe a América Latina de hoje. A mostra traz a violência e a dor presentes no rastro de sangue da série Nadie se Atreva a Llorar… Dejen que Ría El Silencio, do venezuelano Juan Toro; a sutileza das cores da tradição religiosa mostrada pelo mexicano Ernesto Muñiz em En Mi País, Rezamos Todos y Por Todo.
Há ainda trabalhos dos brasileiros Ricardo Barcellos, Álvaro Villela e Pedro Motta. Além de Daniel Baca, Eunice Adorno, Santiago Hafford, Mayerling García, Mauricio Palos, Leonardo Ramírez, Diego Levy, Pedro Linger, José Luis Rodríguez.
Além das fotografias, a exposição conta com dois vídeos e uma instalação e já passou pelas cidades de Madri, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A mostra é patrocinada pelo Instituto Cervantes em parceria com o festival de fotografia PhotoEspaña e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.
Uma homenagem ambiental
A mostra fotográfica Revisitando Ansel Adams – Parques Nacionais dos Estados Unidos, do artista candango Eduardo Moreira, está exposta na Casa Thomas Jefferson (Lago Sul) até 6 de outubro. A curadoria ficou por conta do renomado fotógrafo paulista radicado em Brasília, Dorival Moreira.
A exposição de 33 fotos é uma homenagem aos 110 anos de nascimento do celebrado fotógrafo norte-americano Ansel Adams, conhecido por fotografar as belezas naturais dos parques daquele país. “Sou grande fã de Adams e, em 2010, consegui realizar um sonho de infância: viajar mais de 8,5 mil km, percorrendo 15 parques nacionais e estaduais do oeste estadunidense”, explica Eduardo.
Durante dois meses, o fotógrafo fez milhares de cliques e se inspirou em Adams para registrar lugares como o Yellowstone, o Parque Nacional Arches, o Monument Valley e o Grand Canyon. “A ideia era partir da obra dele e dar um toque meu”, relata. Até sua morte, em 1984, Adams se dedicou a defender o meio ambiente junto às autoridades do seu país. “Ele era um conservacionista e eu compartilho da sua ideologia. É preciso conservar e parar de degradar o que a gente tem”, sinaliza Eduardo.